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- Capítulo 6
Posted by : Angie
Jul 4, 2020
O sol voltava a brilhar no céu azul e brilhante de Galar,
dando início a mais um dia ameno e ensolarado, perfeito para a continuação da
viagem de vários Treinadores Pokémon.
Depois de uma noite bem dormida no Pokémon Center de
Wedgehurst, Victor, Gloria, Hop e Sonia, aproveitaram para tomar o pequeno
almoço na cafetaria do estabelecimento, partindo, logo de seguida, para a Route
2, onde ficava o próximo destino do trio de treinadores.
Naquele momento, o grupo encontrava-se no trilho da rota.
Várias árvores e arbustos decoravam o local, que servia de habitat a imensas
espécies de Pokémon que começavam a despertar calmamente. Victor, Gloria e Hop
observavam atentamente a figura de Sonia, que se encontrava no meio dos
montinhos de erva, a combater uma criatura típica da região.
Ivysaur encontrava-se à frente do corpo da jovem, fitando
calmamente a figura de um pequeno esquilo à sua frente. A criatura estava tão
concentrada enquanto comia uma Berry, que nem se apercebera da presença de Sonia.
O seu pelo era de diferentes tons de castanho, inclusive a sua cauda, grande e
peluda. As grandes bochechas do Pokémon estavam cheias de comida que ele
mastigava alegremente.
- Skwovet, um Pokémon Normal-Type. – disse o Rotom
Phone de Gloria, que apontava na direção da criatura. – Pode ser encontrado a
comer Berries de todos os tipos. Muitas vezes, armazena o interior das
suas bochechas com comida para se alimentar mais tarde.
- Ivysaur, ataca com Razor Leaf! – ordenou Sonia.
O Pokémon quadrupede reuniu a sua energia, fazendo com
que um conjunto de folhas saísse do interior da planta das suas costas, atingindo,
finalmente, o corpo de Skwovet em cheio. O Pokémon estremeceu e caiu ao chão
ferido. O golpe de Ivysaur era demasiado forte para uma criatura tão indefesa
como aquela.
- Vamos terminar o nosso encontro com o Vine Whip!
Duas lianas saíram disparadas das costas de Ivysaur na
direção do pequeno esquilo que, depois de atingindo, contorceu o seu corpo no
chão. Os ataques de Ivysaur eram realmente fortes, o que revelava um grande
treinamento por parte do Pokémon e da sua treinadora.
Sonia, por sua vez, apressou-se a encontrar uma Poké Ball
dentro da carteira que logo arremessou contra o corpo de Skwovet que, sem
escapatória possível, entrou na cápsula, acabando por ser capturado facilmente.
A jovem apanhou a esfera do chão e guardou-a no interior da mala. De seguida,
agradeceu a Ivysaur, que a observava alegremente, antes de o voltar a colocar
no interior da sua Poké Ball, arrumando-a igualmente. Ao virar-se, deparou-se
com as figuras dos três treinadores iniciantes, que a observavam surpreendidos.
- O Ivysaur é realmente forte. – murmurou Victor
espantando. – O pequeno Skwovet nem teve oportunidade de fugir!
- Tu és fantástica! – exclamou Gloria.
- Obrigada aos dois. – riu a jovem, corando ligeiramente.
- Costumas capturar muitos Pokémon? – questionou Hop, que
até ao momento permanecera em silêncio.
- Nem por isso. Quando saí em jornada não consegui
capturar muitos Pokémon, na verdade. – explicou.
- Porquê? – questionou a gémea mais velha.
- No início, eu tinha medo…
- Medo de Pokémon? – repetiu Hop.
- Sim. – confessou a ruiva. – Mas o teu irmão conseguiu
ajudar-me com o passar do tempo. – disse, esboçando um pequeno sorriso enquanto
recordava os tempos antigos. – Mas e vocês? Já capturaram algum Pokémon, para
além dos vossos Pokémon Iniciais?
- Um Rookidee! – respondeu Victor animado.
- Antes de sair de Postwick, os meus pais ofereceram-me
um Wooloo. – disse Hop. – Tradição de família.
- Eu lembro-me do Wooloo do Leon! – riu-se. – Então e tu,
Gloria?
- Por enquanto sou só eu e o Scorbunny… - murmurou a
rapariga.
- Temos que tratar disso. – sorriu a investigadora. –
Vamos fazer-nos à estrada e encontrar um Pokémon para a Gloria capturar!
Todos assentiram e concordaram com a ideia da mais velha,
acompanhando-a calmamente pelos trilhos da rota.
Os minutos passavam e parecia que nenhum dos presentes
conseguia encontrar um Pokémon que a gémea mais velha conseguisse capturar.
Muitos deles acabavam por escapar por entre os arbustos ou até mesmo durante as
batalhas. Gloria começava a ficar desanimada. Talvez aquele não fosse o dia
ideal para ela fazer a sua primeira captura.
- Desisto! – protestou, encostando o corpo contra o
tronco de uma árvore, acompanhada por Scorbunny que estava igualmente
desanimado.
- Acho que é a primeira vez que te ouço dizer isso. –
afirmou Victor surpreendido.
- Eu não consigo! – exclamou, levantando os braços no ar,
em forma de protesto.
- Vais mesmo dar-me razão? – provocou Hop.
- Por cima de ti! – exclamou Sonia, apontando para a
árvore.
Num dos ramos do arvoredo onde Gloria se encostava, uma
pequena lagarta permanecia silenciosa, escondida atrás de várias folhas. Quando
se apercebeu da atenção dos treinadores, a Pokémon estremeceu. Esperava que
pudesse passar despercebida. Mas o seu plano não correu como planeado.
Naquele momento, Gloria e Scorbunny observavam
atentamente a figura da lagarta. O seu corpo era constituído por cinco partes
distintas, coloridas em vários tons de azul, amarelo e branco. As antenas no
topo da cabeça eram usadas para captar informação à sua volta. Os seus grandes
olhos refletiam o que observava que, naquele instante, era a figura de Gloria
enquanto segurava o seu Rotom Phone pessoal.
- Blipbug, um Pokémon Bug-Type. – disse o Pokédex.
– É um colecionador de informação constante, tornando-o numa criatura bastante
inteligente. Apesar disso, não é muito forte.
- Acho que se estava a tentar esconder de nós no meio
daquelas folhas… - murmurou Sonia. – Sorte a vossa, a mim não me escapa nada! –
brincou. – Gloria, porque não tentas capturá-lo?
- Segundo o Pokédex nem é assim tão forte. Talvez nem
precises de combater. – apontou Victor.
- Posso tentar…
A rapariga retirou uma Poké Ball da sua mala e lançou-a
contra a figura de Blipbug. No entanto, a pequena lagarta contra-atacou, saltando
do ramo da árvore mesmo antes da cápsula poder atingir o seu corpo. No solo, a
criatura fitou o rosto de Gloria, como se estivesse a provocá-la. Todos os
presentes se espantaram com a inteligência de Blipbug para escapar à captura da
jovem treinadora.
- Pode não ser forte, mas é de facto inteligente. –
afirmou o gémeo.
- Scorbunny, estás pronto para um combate? – perguntou
Gloria, recebendo resposta afirmativa por parte do Fire-Type. – Vamos
com Tackle!
O coelho saiu disparado na direção de Blipbug que, usando
a técnica Struggle Bug, conseguiu resistir ao ataque de Scorbunny,
atacando-o ao mesmo tempo. Gloria surpreendeu-se com aquela técnica e cerrou o
seu punho. Ela sabia que, de uma maneira ou de outra, teria de capturar aquela
Pokémon.
- Growl!
Scorbunny abriu a sua boca, lançando um guincho, que
ecoou por todo o local, capaz de diminuir o poder de ataque de Blipbug, que
estremeceu.
- Eu sei que é uma nova técnica, mas eu acredito que és
capaz, Scorbunny! – incentivou a rapariga, antes de dar a última ordem. – Ember!
O coelho de fogo concentrou a sua energia por breves
instantes. Depois, começou a correr pelo chão, à medida que as palmas das suas
patas começavam a formar chamas de fogo. Scorbunny correu na direção do corpo
de Blipbug, atingindo-o com os seus membros inferiores, causando um grande dano
na pequena lagarta, que caiu tonta no chão.
- Agora, Gloria! – chamou Sonia. – Lança a Poké Ball!
A gémea assentiu e, sem perder mais tempo, lançou outra
Poké Ball que guardava na carteira. O corpo de Blipbug transformou-se numa luz
que logo foi sugada para a cápsula esférica. Depois do instrumento balançar
várias vezes, acabou por parar, concluindo a primeira captura da jovem
treinadora, que saltou no ar entusiasmada. Scorbunny fez questão de acompanhar
a sua mestre, saltando para o colo da rapariga que riu de alegria.
- É assim que se faz! – exclamou Victor, orgulhoso da
irmã.
- Muito bem! – concordou Hop.
- Estou muito orgulhosa! – gargalhou Sonia, abraçando a
rapariga.
- Mais vale tarde do que nunca, não é? – brincou a
treinadora.
- Não é assim tão tarde, maninha. – discordou Victor. –
Ainda estamos no início da nossa aventura.
- A verdade é que, se não nos despacharmos, não
chegaremos a casa da minha avó antes da hora de almoço. – interrompeu Sonia, aproveitando
a deixa.
- Nesse caso, vamos fazer-nos à estrada! – concordou Hop,
liderando o caminho.
Os raios de sol continuavam a acompanhar o grupo de
viajantes durante todo o seu percurso. Aproveitando o clima quente daquele dia,
os jovens reuniram-se junto da margem do grande lago da Route 2, para uma curta
pausa, onde almoçaram calmamente, acompanhados pelos seus Pokémon, que
brincavam alegremente pelo local. Depois de satisfazerem as suas barrigas
esfomeadas, voltaram-se a fazer à estrada.
Não demorou até atravessarem a ponte por onde passava o
rio, chegando finalmente a casa da Professora Magnolia, um local já conhecido
por todos, afinal, a Pokémon School de Galar funcionava ali mesmo.
O edifício de dois andares era
erguido em tijolos escuros e tinha várias janelas, que forneciam luz solar para
o interior do local. À frente da casa encontrava-se uma grande horta, onde
vários alimentos, para consumo humano e Pokémon, eram plantados e cuidados por
Magnolia e os seus alunos. Ao lado da casa principal, existia também uma
pequena estufa, onde a professora lecionava as suas aulas. No exterior, podia
ainda ser encontrado um campo de batalha, onde os jovens alunos treinavam as
suas capacidades práticas de combate.
Victor, Gloria e Hop observavam alegremente à sua volta.
Depois de terem passado tantos anos das suas vidas a estudar naquele local, estavam
de volta, mas como Treinadores Pokémon. O sentimento era diferente e a
responsabilidade era outra.
- Chegaram finalmente!
Uma voz fez-se ouvir atrás do grupo. Todos se viraram
entusiasmados, encontrado a figura de uma senhora de cabelo claro e de olhos
verdes. Usava um vestido amarelo, da mesma cor dos sapatos que calçava, e por
cima vestia uma bata branca e comprida que lhe chegava até aos pés. Na mão,
segurava uma bengala que a auxiliava no equilíbrio.
- Avó! – exclamou Sonia, envolvendo a senhora num abraço
forte.
- Minha querida neta… - murmurou a senhora, deixando-se
rir. – Como estás tu?
- Ótima. Cheia de trabalho, na verdade. – afirmou. – Mas
trouxe companhia!
- Olá Professora Magnolia. – disseram os três treinadores
em uníssono.
- Estão tão crescidos! – exclamou a senhora, abraçando os
três de uma vez só. – O que fazem por aqui?
- Talvez devêssemos falar lá dentro, avó. – disse Sonia,
mesmo antes dos outros responderem.
Os presentes concordaram com a sugestão e acompanharam
Magnolia até ao interior do edifício. A Professora conduziu-os até à grande sala
de estar da sua casa, decorada com um grande sofá e paredes cheias de
prateleiras de livros coloridos. Victor, Gloria, Hop e Sonia sentaram-se no
sofá comprido, enquanto Magnolia ocupava o lugar na única poltrona da divisão.
- Então, do que se trata tudo isto, jovens? – questionou
num tom de voz mais sério.
- Nós encontrámos isto. – começou Hop, retirando um
objeto da sua mochila.
- Acreditamos que são Wishing Stars. – completou Victor,
mostrando também a sua.
- Todos nós encontrámos uma. – afirmou Gloria, segurando
a pedra brilhante com as duas mãos.
- Fantástico! – exclamou a mulher, com um olhar
brilhante. – Todos os vossos desejos vão-se realizar. – afirmou seriamente.
- O quê? – a gémea parecia confusa.
- Diz-se que, quem tem a sorte de encontrar uma Wishing
Star consegue realizar todos os seus sonhos. – explicou a Professora.
- E se eu não souber qual é o meu sonho? – questionou a
rapariga.
- Bem, isso já uma conversa diferente… - Magnolia coçou a
cabeça, olhando por cima dos seus óculos triangulares.
- Eu quero ser tão forte como o meu irmão Leon! –
exclamou Hop entusiasmado.
- Com certeza… - sussurrou Sonia.
- Eu quero conhecer todos os Pokémon que conseguir. –
atirou Victor, encolhendo os ombros.
- Mas… onde encontraram estes pequenos tesouros? –
questionou a mais velha.
- Em Postwick. – o moreno respondeu prontamente. –
Relativamente perto de Slumbering Weald.
- Esperem… o quê?! – Sonia parecia surpreendida. – Vocês
estiverem em Slumbering Weald?
- Bem… - Hop limpou a sua garganta. – O meu Wooloo fugiu
para lá depois de se assustar com o Charizard do Leon. Nós tínhamos de o ir
resgatar.
- Nem mesmo eu me atrevo a entrar lá. – murmurou a
investigadora.
- Slumbering Weald é um local bastante misterioso no mapa
de Galar. – indicou Magnolia. – Como foi essa experiência?
- Nós conseguimos encontrar o Wooloo, mas… - o moreno
calou-se, virando o seu olhar para os dois gémeos.
Naquele momento, Victor e Gloria eram o centro das
atenções. Os dois irmãos entreolharam-se em silêncio. Apesar de confusas, as
memórias daquele dia continuavam bem vivas nas suas mentes.
- Havia muito nevoeiro. – começou Victor numa voz
arrastada. – E nós vimos uma figura ao longe.
- Eu pensava que era o Wooloo, então corri em seu auxílio.
– explicou Gloria. – Estava errada, obviamente.
- Eram duas criaturas… pareciam Pokémon. – o rapaz voltou
a falar. – Mas estavam feridos. E os seus corpos não pareciam reais. Era como
se a névoa os estivesse a atravessar.
- Quando nos tentámos aproximar, eles uivaram muito alto.
Depois disso, desmaiámos e só voltámos a acordar à noite. – finalizou a gémea.
- Como é que vocês saíram de lá? – questionou Sonia
estupefacta.
- O Leon e o Charizard encontraram-nos. – explicou Hop.
- Ao menos isso… - suspirou a jovem ruiva.
- Mas que Pokémon eram esses? – Magnolia parecia bastante
interessada no assunto.
- Nunca os vimos antes. – respondeu Victor.
- Mas não pareciam comuns… - afirmou Gloria. – Havia algo
neles que era único.
- Interessante. – murmurou a mulher.
- Acho que não devem voltar a esse local. – opinou Sonia.
– Tiveram sorte porque o Leon vos conseguiu encontrar. Caso contrário, não
sabemos o que poderia ter acontecido.
Os gémeos assentiram. Os dois sabiam que a jovem tinha
razão. Se Charizard não os tivesse resgatado a tempo, talvez eles ainda se
encontrassem perdidos no meio de toda aquela névoa. O pensamento daquela ideia
era, no mínimo, assustador.
- Quanto às vossas Wishing Stars, eu mesma posso
incorporá-las numa Dynamax Band. Isto é, se quiserem. – sugeriu a Professora.
- Claro que sim! – exclamou Hop.
- A força Dynamax permanece um
mistério para todos. Por isso, é importante que saibam que deve ser usada cautelosamente
e com responsabilidade. – explicou. – Para além
disso, este poder só pode ser usado em locais específicos, conhecidos como
Power Spots. No fundo, são locais na região de Galar onde a energia Dynamax
existe em quantidades elevadas para que o processo possa ocorrer devidamente. E
não se iludam. Os vossos Pokémon não ficam realmente gigantes. – disse,
deixando escapar uma gargalhada. – É uma mera simulação
e projeção dos seus corpos num tamanho absurdo. Mas é claro, o seu poder também
aumenta. E deve ser controlado por alguém realmente capaz. As técnicas dos
próprios Pokémon também se alteram. Portanto, é preciso muito cuidado e
atenção quando ativarem as vossas Dynamax Bands. – dizia seriamente.
- No fundo, é um instrumento que pode ser muito bom, mas,
ao mesmo tempo, pode provocar consequências irreversíveis. – comentou Sonia.
- Certo. – Victor assentiu com uma feição séria.
- Se é assim tão perigoso porque continuam a usar essa
energia? – questionou Gloria.
- Porque faz parte da nossa cultura! – argumentou Hop
rapidamente. – É isto que torna a Pokémon League de Galar tão única no mundo
Pokémon! – exclamou.
- Eu tenho as minhas dúvidas… - murmurou a rapariga.
- Seja como for, a decisão de usar, ou não, este poder é
de cada pessoa individualmente. – afirmou Magnolia. – Mas sim, Hop, o que tu
dizes é realmente verdade. Em combates oficiais, muitos Líderes de Ginásio usam
este poder. E se os treinadores escolhem ignorar a força Dynamax, a percentagem
de vencer a batalha desce automaticamente. – explicou.
- Basicamente, os treinadores são obrigados a usar Dynamax,
se querem vencer. – apontou Sonia num tom irónico.
- Não tinha pensado nisso dessa maneira. – pensou Victor.
- Terei as vossas Dynamax Bands prontas amanhã. – disse Magnolia,
levantando-se da sua poltrona finalmente. – Aproveitem o resto do dia para
descansar.
- Avó, posso falar consigo? – Sonia levantou-se do sofá.
- Claro. Vamos até ao meu escritório? – propôs a mulher.
- Antes disso… - interrompeu Hop, levantando-se também. –
Sonia, quero desafiar-te para um combate!
- O quê? – a jovem parecia surpreendida pela repentina
proposta.
- Eu vi a força do teu Ivysaur quando capturaste o
Skwovet. E quero que os meus Pokémon tenham rivais à altura. – começou. – E admito
que não fui com a tua cara de início. – disse, baixando a cabeça. – Talvez
possamos resolver esse problema numa batalha.
- Uau… - suspirou a ruiva. – Achas mesmo?
O jovem assentiu com a cabeça e um silêncio instalou-se
no local. Por momentos, Sonia confundiu Hop com Leon, o seu antigo companheiro
de viagem. Por outro lado, o moreno queria tentar perceber a força de Sonia e a
verdadeira razão dela ter abandonado o seu irmão no passado. Talvez aquela
fosse a única forma de tal acontecer.
- A Sonia aceita. – afirmou Magnolia, terminando com o
silêncio na sala. – Amanhã de manhã terão o vosso confronto.
A mulher abandonou a divisão, caminhando na direção do
seu escritório pessoal. Sonia, confusa e surpreendida com a reação da sua avó,
correu atrás dela, fechando a porta do escritório atrás de si.
- O que foi aquilo?! – questionou.
- É óbvio que o rapaz precisa de combater contigo. –
afirmou simplesmente. – Seja por que motivo for. E tu também precisas de voltar
a dar alguma ação à tua equipa, não achas querida?
- Talvez… - assentiu a jovem pensativa.
- Mas diz-me, o que querias falar comigo? – a senhora
sentou-se na cadeira atrás da sua secretária e pousou as mãos por cima da base
da mesa, aguardando a resposta da neta.
Sonia limpou a garganta e olhou em volta, certificando-se
que as duas se encontravam sozinhas no escritório.
- É sobre os gémeos.
- O que têm eles?
- Eu achei aquilo que eles disseram muito estranho... –
explicou.
- O quê?
- Eu acho que eles viram as figuras
dos Guardiões de Galar em Slumbering Weald. - sussurrou
Fez-se silêncio no local. Magnolia franziu a testa e, por
breves momentos, a feição na sua cara alterou-se radicalmente. A mulher parecia
surpresa.
- Isso não é possível. – lançou.
- A mim também me custa acreditar, mas a forma como eles
descrevem a situação é tão única... Para além disso, porque razão é que eles
estariam a fingir uma coisa destas?
- Bem visto… - pensou a professora.
- Mas se isso se confirmar realmente… o que é que significa?
- Isso é o que terás de descobrir. – a Professora deixou
escapar um suspirou e encostou as suas costas na cadeira. – Esta é a tua grande
oportunidade como investigadora, Sonia.
• • •
A noite estava instalada, tal como os jovens viajantes
que já se encontravam a descansar confortavelmente nas respetivas divisões da
casa de Magnolia.
Victor e Hop dividiam o quarto de hóspedes e, naquele
momento, os rapazes discutiam técnicas de combate para o dia seguinte.
- O Ivysaur é Grass-Type e Poison-Type e o
Skwovet é Normal-Type… exatamente os mesmos tipos dos meus Pokémon! –
comentou o moreno.
- Na verdade, o Grookey tem desvantagem contra técnicas Poison-Type,
portanto deves ter isso em alerta. – afirmou Victor, folheando um livro de capa
dura.
- Achas que consigo vencer a Sonia?
- Eu não sei, Hop. – confessou o gémeo. – Ela parece uma Treinadora
Pokémon experiente, mesmo tendo desistido do Gym Challenge. Nós somos apenas iniciantes.
Não me parece a situação mais equilibrada de todas, honestamente.
- De qualquer das maneiras, vou dar o meu melhor. E
tentar deixar os nossos problemas naquela batalha.
- Mas que problemas? Eu nunca percebi realmente o que tu
tens contra ela… - murmurou Victor.
- Ela deixou o meu irmão sozinho! – exclamou o rapaz. –
Isso não é justo.
- Hop, eu sei que o Leon é o teu ídolo, mas tu sabes que
ninguém é perfeito, certo? As pessoas cometem erros. E nós não sabemos o que se
passou entre eles os dois. – o rapaz falava calmamente. – Deixa isso de lado e
certifica-te que aproveitas o combate da melhor maneira.
Hop assentiu em silêncio. Ele sabia que, no fundo, o seu
amigo tinha razão. Não podia julgar uma pessoa que acabara de conhecer por
influência de outro alguém.
- Obrigado, amigo. – disse, esboçando um sorriso.
Na divisão ao lado, Gloria e Sonia experimentavam roupas
da neta de Magnolia. O quarto da jovem estava todo desarrumado, com vestuário
espalhado pelo chão, caixas de maquilhagem abertas e gargalhadas pelo ar.
- Tu e a tua avó estão a ser muito simpáticas connosco. –
admitiu Gloria. – Muito obrigado.
- Ora essa! – Sonia deixou-se rir. – Vocês os três são
uns queridos.
- Achas mesmo? – a mais nova arqueou a sobrancelha. – O
Hop não tem sido muito simpático contigo.
- Ele não faz por mal. – Sonia encolheu os ombros. – Eu
percebo. O Leon deve-lhe ter contado histórias da nossa viagem e ele não deve
ter ficado com a melhor impressão de mim.
- O que aconteceu, realmente?
Fez-se um curto silêncio no quarto. Sonia sentou-se à beira
da cama e Gloria encarou-a de pé, aguardando uma resposta.
- Nós éramos tão novos e ingénuos.
Tal como vocês agora. – começou, deixando escapar uma gargalhada. – Pensávamos
que eramos melhores amigos, apesar de todas as nossas diferenças. Mas a verdade
é que não éramos realmente. – suspirou. – Eu não te posso dizer o que aconteceu
realmente, mas é algo que eu tenho a certeza que o Leon se arrepende
profundamente. Mas depois das coisas estarem feitas, não há nada a fazer.
- Mas porque é que o abandonaste?
- Eu não abandonei ninguém! – ripostou a jovem. – No
mínimo, salvei-me a mim mesma. Eu desisti da minha
jornada e do Gym Challenge porque deixei de me identificar com todo o
mediatismo à volta da Pokémon League. – explicou.
- O Leon teve algo a ver com isso?
- O Victor parece ser o gémeo mais inteligente, mas tu
realmente tens uma astúcia impressionante. – comentou a investigadora, baixando
de seguida a cabeça e voltando a encarar o chão. – Mas sim, teve. – respondeu
finalmente. – Fim da história, está bem?
Gloria engoliu em seco. Sentiu um arrepio percorrer todo o
seu corpo. Talvez Leon não fosse aquele herói que tanta gente imaginava e
admirava. E, aparentemente, Sonia era a única pessoa que conhecia,
verdadeiramente, o Campeão de Galar. Os segredos e mistérios do passado continuavam
a ter repercussões no presente.
Otimo capitulo mais uma vez!
ReplyDeleteObrigado por continuar a acompanhar desse lado, querida Shiny! Fico feliz que goste! Até ao próximo capítulo.
Deleteadoro usar meus comentários como bookmarks kkk
DeleteEae Angie!
ReplyDeleteVictor e Hop tem mais ou menos seus objetivos em mente, mas Gloria está um pouco perdida. Será que nossa protagonista vai ser acometida da maldição do terceiro membro do grupo. Espero pra ver o que você preparou pra ela.
E o confronto de Sonia contra Hop está marcado. Parece óbvio que a Sonia vai limpar o chão com o garoto, mas vai que ele mostra alguma resistência e dure uns minutos?
Os treinadores se veem obrigados a usar dynamax para enfrentar os líderes de ginásio. Me pergunto em que nível de poder você vai retratar o fenômeno.
E como assim o pokemon não fica gigante?! Fui enganado esse tempo todo?!
E é isso. Até o próximo capítulo!
Alefu, essa sua questão inicial fez-me rir ligeiramente. A verdade é que senti exatamente isso no início do desenvolvimento da história. Isto porque, especialmente Galar, é altamente focada na Champion Cup e no Gym Challenge. Então, estar a criar outro tipo de competição quando a região é tão conhecida por um modalidade especifica parecia-me um tanto inútil. Mas, ao mesmo tempo, ter três protagonistas com o mesmo objetivo parece um tanto repetitivo e redundante, não? Então, só tem que esperar mais um pouco para perceber onde a Gloria se vai focar mais e qual o rumo que a própria irá tomar.
DeleteSonia VS Hop está para breve e eu adorei escrever esse confronto! Foi bastante satisfatório por um motivo muito simples.
Chegámos à explicação do fenómeno Dynamax. E sim, é verdade, eu reagi igual quando percebi. Quando a nova mecânica foi anunciada, toda a gente percebeu que, de facto, eram os Pokémon que ficavam gigantes. Mas, na verdade, o tamanho gigante que vemos não é nada mais do que uma projeção ou "simulação" de um tamanho superior, que aumenta também o poder das criaturas. Estraguei os seus sonhos?
Até ao próximo!
Olá olá! Cá estamos novamente! :v
ReplyDeleteA jornada deles começou há pouco tempo, e mesmo assim eles já chegaram à casa de Magnolia! Tudo bem que aquela localidade entre Postwick e Wedgehurst não é lá muito extensa, mas mesmo assim ainda é bastante chão. E agora só falta as Dynamax Bands de cada um deles estarem prontas pra gente começar de fato a jornada.
Gloria finalmente alcançou seus amigos e fez sua primeira captura. Eu, que tive um Orbeetle no meu Pokémon Shield, só observo os três tirando o pequeno pra pouca coisa. Eles vão ter uma surpresa grande quando o bicho começar a mostrar o que realmente é capaz de fazer.
Por fim, parece que a história começa a desenhar uma possível outra faceta do Leon. Será que ele realmente é outra pessoa por trás das câmeras? Não sei, mas pelo menos o Hop e a Sonia vão ter a chance de colocar tudo a pratos limpos com a batalha que se aproxima. Curioso pra ver como ela vai se desenrolar, porque se pensarmos bem o Hop tem a desvantagem da inexperiência, mas a Sonia tem um problema bem mais sério que é a falta de confiança. Então acho que isso vai ajudar a equilibrar as coisas. Quem sabe?
Mais um ótimo capítulo, eu tenho que dizer que eu tenho gostado muito de acompanhar a história, por mais que eu sempre acabe demorando um pouco a aparecer por aqui.
Até a próxima! õ/
Hey Shadow!
DeleteA jornada em Aventuras em Galar não tem tempo a perder, portanto pode esperar ver uma evolução fluída no percurso das nossas personagens. Isso até ajuda, tendo em conta que exploramos diversos núcleos narrativos, permitindo-nos avançar na história sem grandes atrasos.
Os Pokémon pequenos são sempre os mais ignorados, mas por vezes eles revelam-se uma grande surpresa! É curioso mencionar isso, porque neste momento estou a trabalhar a relação entre este Bug-Type e Gloria e as implicações que as paixões e interesses de cada um tem no outro. Quando chegar lá irá perceber.
Eu adoro dar esses pequenos vislumbres de outras facetas das personagens. Torna tudo tão mais complexo e em diferentes tons de cinza. E Leon é precisamente uma dessas personagens. Continue a leitura, aos poucos tudo será revelado!
Hop VS Sonia! Foi ótimo trabalhar esta rivalidade e o crescimento dos dois personagens ao longo da narrativa. É tão enriquecedor confrontarmos diferentes pontos de vista e ver simplesmente o que acontece. Quais são os palpites para o desfecho deste confronto?
Obrigado por acompanhar, força nessa jornada!