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Wild | Capítulo 10 - Notas do Autor



            Olá aventureiros!

            Bem-vindos a “Wild”, uma magnífica história onde um pequeno ser humano é acolhido por um grupo de Pokémon selvagens que desafiam as barreiras da amizade e do amor.

            Neste segmento mais informal, falo sobre os temas de cada capítulo, revelo várias curiosidades e levanto algumas suposições para o capítulo seguinte.


A grande decisão

            Antes do derradeiro final, o décimo aniversário de Wild foi celebrado com um enorme banquete, preparado pela sua família e amigos. Com todo o elenco principal reunido, é finalmente revelada a decisão do rapaz. Wild decide sair numa jornada Pokémon por Galar e quer levar consigo Peter, como seu Pokémon inicial.

            Confesso que, para o público, talvez esta não seja uma decisão que os surpreenda assim tanto, visto que é um tema que tem vindo a ser abordado nos últimos capítulos, no entanto, para as personagens no interior da história é de facto surpreendente e estranho ver Wild a tomar esta decisão. Principalmente para os seus pais.

            Como vimos na segunda cena, George revela o seu verdadeiro ponto fraco: Wild. Não poder estar lá para assegurar a segurança do seu filho é algo que deixa o Pokémon inseguro. Pelo contrário, Susan parece estar disposto a dar esta oportunidade ao rapaz, revelando uma postura madura como mãe.

O homem desconhecido e o seu Hydreigon

            O que ninguém estava à espera aconteceu. Este foi o verdadeiro twist de toda a história.
           
            Um helicóptero surge ao longe, um Hydreigon é lançado ao ar e um Hyper Beam é direcionado à casa da família, destruindo-a por completo.

            Depois de algum tempo inconsciente, Wild acorda, descobrindo o seu lar destruído e a sua família presa por um homem desconhecido vestido de negro.

            É revelado aos leitores que esta identidade desconhecida conhece toda a história de vida de Wild, mas como é que ele sabe estas informações? Isso ainda é desconhecido para toda a gente. Eventualmente, o homem faz um ultimato a Wild. A sua vida, pela vida e segurança dos seus familiares e amigos Pokémon. E é claro, Wild, com o seu coração de ouro, cede à chantagem e acaba por sacrificar a sua própria vida para o bem-estar daqueles que ele ama.

            Assim, a história de 10 capítulos de “WILD” chega ao fim, com a morte do próprio protagonista.

Explicações e esclarecimentos

            Para alguns, pode parecer um grande choque a forma como a história de Wild terminou, mas eu já tinha isto planeado desde o primeiro capítulo! É verdade, eu sempre sonhei em ter uma história onde acabaria por matar o próprio protagonista e aqui está ele. Um objetivo de 2019 concluído!

            Segundo, consegui cumprir o meu objetivo e terminar, ainda em 2019, a história de Wild. Desta maneira, em 2020, posso-me concentrar inteiramente no planeamento e criação da história principal de Aventuras em Galar! Mais um objetivo de 2019 realizado!

            Agora, porquê matar Wild? É claro, podem argumentar que não era realmente necessário. Mas eu queria acabar a sua história com um grande mistério. Algo que eu pudesse levar para a história principal de Galar. E não, levar Wild, como treinador, para a história de Aventuras em Galar esteve sempre fora dos meus planos. Isto porque, relativamente a isso eu sempre fui muito cético e pensei “Vou usar apenas personagens oficiais da franquia”. Visto que Wild é uma personagem criada inteiramente por mim, ele não fazia parte desses planos. Mas não é por isso que ele não será mencionado na história! Além disso, todo o mistério que envolve a sua morte, e até o seu nascimento, irão ser esclarecidos, eventualmente em Aventuras em Galar. Esperem para ver!

            O paradeiro das restantes personagens é, por agora, um mistério, mas talvez eles possam voltar a ser vistos por aí. Quem sabe?

            Resta-me agradecer a todos aqueles que acompanharam a história e as aventuras de Wild do início ao fim! Quero saber o que todos acharam, quer da história em geral, quer deste final. Estão surpreendidos? Desiludidos? O que mudariam? Obrigado mais uma vez, vemo-nos por aí!

Wild | Capítulo 10



Capítulo 10 - O destino quis que assim fosse

            O sol brilhava no céu limpo da Wild Area. Vários Pokémon aproveitavam o bom clima para se divertirem no exterior, como era o caso de Susan, George, Tommy, Rory, Peter, Nate e Carol, que se divertiam, de forma descontraída, no jardim da casa da família.

            No entanto, o exterior da habitação estava decorado de uma maneira particular. Várias decorações e efeitos de festa estavam pendurados pelo local, presos nos ramos da árvore. Uma mesa de madeira, colocada ao comprido, continha várias taças de diferentes espécies de Berries que podiam ser encontradas naquela área da região. E, por último, uma espécie de púlpito, construído em pedra, estava colocado em frente à grande mesa.

            Aquele banquete dava início a um dia muito importante e marcante para a família Pokémon. Só faltava uma coisa, e, por sinal, a mais importante. Wild era a razão daquela festa estar a ocorrer e o motivo pelo qual todas aquelas criaturas de espécies variadas estavam ali presentes. Aquele não era só o seu décimo aniversário como também a sua festa de despedida.

            Alguns momentos se passaram até a figura do rapaz atravessar, finalmente, a porta da casa. Os Pokémon, que conversavam animadamente, fizeram silêncio enquanto Wild, sem olhar para eles, caminhou até ao púlpito, onde abriu o envelope que segurava nas suas mãos, retirando um conjunto de folhas manuscritas. O rapaz encarou os papéis à sua frente, escritos por ele, e então começou.

            - Obrigado a todos por estarem aqui, neste dia tão especial. – começou, fazendo uma curta pausa para, finalmente, observar atentamente todos os Pokémon presentes no jardim à sua frente. – Hoje completo dez anos de vida! – gargalhou. – Tudo graças a três Pokémon incríveis que me decidiram acolher no meio de uma tempestade. Susan, George e Tommy, obrigado, do fundo do meu coração. – dizia, tentando manter-se calmo. – Eu não sei o que vos passou pela cabeça naquele dia, mas, a verdade é que agora estamos aqui reunidos graças a vocês. Desde cedo associei a imagem de Susan a uma figura maternal, graças ao seu instinto de proteção, e a de George ao lado paternal, devido a toda a segurança que me transmitia. Já Tommy, sempre me pareceu como um irmão mais velho, alguém que eu olhava e admirava com atenção. Foram eles os três que me forneceram um abrigo, uma casa e, a cima de tudo, uma família. O meu pai sempre disse que não eramos uma família muito convencional, mas eu nunca conheci outra realidade para além desta. E, mesmo que eu saiba que aquela linda borboleta não me deu à luz, eu sempre a vou considerar como uma mãe. E, se alguma vez conhecer realmente a minha mãe biológica, eu vou lhe dizer que tu fizeste lindamente o papel dela. – Wild sorriu e Susan limpava discretamente as lágrimas que lhe caíam pelo rosto. – É claro que esta família não poderia estar completa sem a Rory, a minha irmã mais nova, nascida de um ovo. Contigo aprendi que, não importa o tamanho, a força ou a idade para enfrentarmos qualquer obstáculo ou desafio. Tudo o que nós precisamos é ter força de vontade! – exclamou, recebendo uma gargalhada de Wynaut, no meio do público. – A verdade é que os meus dez anos de vida também contaram com a presença de vários amigos meus. O Peter foi, desde o primeiro dia, o meu grande defensor e companheiro. Já perdi a conta de todas as gargalhadas e artimanhas que fizemos juntos. Eu quero que todos saibam que aquele pequenote ali ao fundo será sempre o meu melhor amigo! – exclamou o rapaz, apontando para Bunnelby que saltitava de felicidade no meio dos outros Pokémon. – Outra figura fundamental para o meu crescimento e evolução pessoal foi o Nate, que começou como um adversário, quando me atacou e me deixou marcado para o resto da vida. – disse, levantando a camisola e revelando a cicatriz na sua barriga, ao mesmo tempo que todos os presentes se deixavam rir. – Apesar desse pequeno acidente, Nate foi, sem dúvida, quem mais me surpreendeu. Ouvir e conseguir perceber a sua história e ponto de vista foi um desafio, mas, agora, tenho a certeza que és um de nós, amigo! – Galvantula esboçou um sorriso envergonhado, como se estivesse a agradecer ao próprio rapaz. – Por último, temos a Carol. – murmurou, sentindo as suas bochechas aquecerem. – Vou ser honesto. Contigo senti algo que nem sequer sabia que existia. Foi estranho, ao início, mas depois passou. Sei que, no fundo, és uma grande amiga. E tenho a certeza que iremos ter mais oportunidades para nadar juntos no teu lindo lago. – o rapaz e a Pokémon sorriram, encarando-se por alguns segundos até Wild voltar a olhar para o papel que permanecia no púlpito. – Vocês são, sem dúvida alguma, a minha família e é aqui, com vocês, que eu me sinto seguro.

            Uma onda de saudações, exclamações e até algum choro invadiu o local. Susan e George abraçavam-se, orgulhosos por terem criado um jovem rapaz tão admirável como Wild. Tommy tentava permanecer sério, mas, no fundo, o Pokémon adorava o seu irmãozinho. Assim como Wynaut, que, juntamente com Bunnelby, saltitava e sorria, feliz por ver o menino crescer. Nate limpava algumas lágrimas, agradecendo por todo o carinho e aceitação da parte da família, depois de tudo o que ele fizera. Já Carol permanecia calma e serena, sem nunca retirar os olhos da figura de Wild, que continuava no topo do púlpito. O rapaz parecia ter algo mais a dizer.

            - No entanto, sei que tenho de continuar a crescer. Crescer à minha maneira. E não o posso fazer aqui, com vocês à minha volta e sempre prontos para me proteger. Quero ser independente, conhecer sítios novos, ver Pokémon diferentes e fazer novos amigos! – exclamou, agora não olhando para o papel, mas sim para todas as criaturas à sua frente. – É por isso que eu, depois de tanto refletir, decidi que vou sair numa jornada Pokémon pela região de Galar.

            Fez-se silêncio absoluto. Todos os Pokémon se entreolharam, incluindo Susan e George, que logo se voltaram para a figura do rapaz.

            - O quê?! – Butterfree parecia surpreendida.

            - Mãe… tu sabes que este dia iria chegar. Eu nunca escondi a minha vontade de sair numa jornada.

            - Mas tu ainda és tão pequeno…

            - Eu sei que o consigo fazer. E eu posso voltar de vez em quando para vos visitar.

            - Se é isso que tu queres, então acho que o deves fazer. – murmurou Bewear, esboçando um pequeno sorriso. – Tenho a certeza que analisaste bem a situação antes de tomar uma decisão definitiva. A tua mãe só não está pronta para se despedir de ti, deves entender isso, com certeza.

            - Claro que sim, pai. – assentiu. – Mas sei que estarás ao lado dela para a ajudar.

            - Posso-te emprestar alguns livros meus, se quiseres. Precisas de aprender a ganhar estratégia de combate! – exclamou Abomasnow. – Tens o meu apoio, irmãozinho.

            - Obrigado!

            - Mas eu vou ter saudades tuas… - disse Wynaut.

            - O teu irmão vai voltar para te visitar a ti e a todos nós, querida. – afirmava Milotic, que deslizou pelo chão do jardim de forma a aproximar-se do corpo da pequena Pokémon para a confortar.

            - Tenho a certeza que ele vai ter saudades nossas! – riu Nate. – Até das nossas disputas.

            - Espera lá. – disse Susan. – Se vais sair numa jornada, precisas de um Pokémon. Não podes andar por aí sozinho!

            - Um Pokémon inicial. – explicou Tommy. – A mãe tem razão.

            - Eu sei. – concordou Wild. – E eu sei quem vou levar comigo. – disse, sorrindo. – O Peter vai ser o meu Pokémon inicial! Quem melhor que ele para me acompanhar nesta aventura?

            Bunnelby, que até então permanecera em silêncio, saltitou pelo jardim, revelando um sorriso de uma orelha a outra e deixando escapar uma gargalhada.

            - Tu sabias disto tudo? – perguntou George.

            - É claro que sim! – respondeu Peter. – E não podia estar mais feliz! – dizia, enquanto saltitava até ao púlpito, aterrando em cima da cabeça do rapaz. – Eu e o meu melhor amigo vamos explorar a região de Galar! – gritou.

            Todos se deixaram rir naquele momento. Apesar de surpresos e um tanto nervosos, ninguém conseguia deixar de estar feliz por aquele acontecimento. Wild estava prestes a sair numa jornada acompanhado do seu companheiro.

            - Acho que temos muito que celebrar então! – exclamou Susan, cedendo à decisão do seu filho e aceitando a sua escolha. – Vamos comer!


            O dia, que antes permanecia alegre e ensolarado, transformou-se totalmente. Uma tempestade trouxe consigo grossas gotas de chuva e um vento descontrolado, que obrigaram a família e os amigos de Wild a abrigarem-se dentro de casa.

            Carol, Tommy e Susan preparavam mais comida na cozinha que, naquela altura, mais parecia um restaurante. Na enorme sala de estar, George vigiava os elementos mais novos, que brincavam alegremente.

            Naquele momento, o corpo de Butterfree entrava a esvoaçar pela divisão, indo ao encontro de Bewear, que permanecia em silêncio a observar a tempestade lá fora, através da grande janela de vidro.

            - Querido? – aproximou-se a borboleta, fazendo o Pokémon despertar. – Estás bem?

            - Estava só aqui a pensar… - murmurou. – Esta tempestade relembra-me o dia que encontrámos o nosso querido menino.

            Susan não podia deixar de concordar mais com o seu amado. Tal como no dia onde encontrara aquela mulher a abandonar uma criança inocente na Wild Area, naquele momento, as fortes rajadas de vento abanavam as árvores e arbustos de toda aquela localidade. Não se avistavam Pokémon na rua, provavelmente estariam todos abrigados nos seus esconderijos. E também não haviam rastos de treinadores Pokémon. A Wild Area parecia triste e deserta, tal como no dia em que Wild ali chegou.

            - Eu concordei com a decisão dele, mas… eu vou sentir muito a sua falta. – soluçou George, deixando que as lágrimas rolassem pelo seu rosto.

            - Oh meu amor, claro que vais. – Susan tentou acalmar o Pokémon. – Mas nós sabemos que o Peter irá lá estar para ele… teremos que simplesmente confiar no destino.

            - E se ele encontrar aquela mulher, Carol? E se ele nos trocar?

            - Quer queiramos, quer não, nós não podemos controlar a vida de Wild. – afirmou a mulher, de uma maneira séria e madura. – Ajudámo-lo a crescer. Ensinamos-lhe tudo aquilo que conseguimos. Agora está na altura dele crescer por si mesmo. – sorriu, com os olhos a brilhar. – Não é isso que os verdadeiros pais fazem?

            - Tu és uma ótima mãe. – confessou George. – Nós todos somos tão sortudos por te ter…

            - Não digas tolices. Somos todos uns felizardos por nos termos uns aos outros! – exclamou.

            Os dois Pokémon envolveram-se num abraço sentido e infinito. Atrás de si, as crianças da família pareciam brincar alegremente, sem sequer se aperceberem do que se passava. No entanto, algo do lado exterior da casa chamou à atenção de Wild.

            - O que é aquilo?!

            Todos os elementos ali presentes se aproximaram da janela para observar aquele acontecimento que nunca antes tinha ocorrido. Um helicóptero preto descia dos céus em direção à propriedade da família de Wild. Era uma viatura consideravelmente grande e viajava a alta velocidade. Mesmo em andamento, a porta da viatura abriu-se e uma Pokébola foi lançada ao ar, revelando uma criatura de três cabeças. O seu corpo era colorido por tons escuros de azul e roxo e nas suas costas seis asas permitiam que o Pokémon voasse pelos céus da Wild Area. Os olhos negros de Hydreigon davam-lhe um ar ameaçador e intimidante.


            - Que Pokémon é aquele?! – Carol estava surpreendida.

            - É muito assustador! – gritou Rory visivelmente perturbada.

            O olhar de Hydreigon penetrou a casa onde todos os elementos se encontravam. Sem nenhum dó de piedade, o Pokémon abriu a sua boca e uma esfera branca começou a ser formada à frente do seu rosto. Hyper Beam era o nome daquela técnica que, momentos depois, fora lançada pelo dragão, atingindo a casa da família de Wild.

            Num segundo, tudo mudou.


            Wild acordou. Sentiu os seus pulmões sujos e tossiu descontroladamente durante alguns segundos. O seu instinto de sobrevivência fez com que o menino abrisse os olhos, tentando procurar respostas, mas sem sucesso. Estava escuro e não conseguia mexer o seu corpo. Estava preso. Tento gritar, mas o som era abafado por todos os materiais à sua volta. Sentia-se ferido, cansado e desmotivado. Estava pronto para desistir. Mas então lembrou-se. Se ele estava ali, onde estava o resto da sua família e dos seus amigos?

            - Eu consigo. – sussurrou baixinho.

            Recorrendo à pouca força que tinha, o rapaz levantou os seus braços, desviando o tronco que prendia o seu corpo. Agora já conseguia ver o céu. Continuava a chover e várias gotas começaram a cair no seu rosto. O rapaz esboçou um fraco sorriso e passou a língua pelos lábios, sentido o sabor da chuva. Encolhendo o seu corpo por entre os materiais que o rodeavam, o menino conseguiu, com alguma dificuldade, colocar-se em pé.

            Agora, conseguia observar todo o cenário de destruição à sua volta. Encontrava-se em cima dos restos da casa da sua família. Dias, semanas, meses e anos de trabalho e dedicação encontravam-se agora completamente desfeitos e destruídos. O rapaz sentiu várias lágrimas rolarem pelas suas bochechas, lembrando-se de todas as memórias que vivera naquela casa. A ideia de algum dia a ver destruída parecia impossível. No entanto, esse pesadelo aconteceu realmente. E estava ali, diante dos seus olhos.

            - Presumo que tu sejas o Wild.

            Uma voz grave e masculina fez-se ouvir no local. Wild virou o seu corpo rapidamente, encontrando uma figura vestida de preto dos pés à cabeça. A sua voz irreconhecível, juntamente com o capuz que escondia o rosto daquele ser, tornavam o cenário bastante misterioso e sinistro. Ao seu lado, o Pokémon de três cabeças permanecia em posição de ataque, pronto para qualquer ordem.

            Atrás da figura desconhecida, a família e os amigos de Wild encontravam-se presos numa jaula de ferro. Tal como o menino, estavam feridos, mas todos eles permaneciam acordados a observar atentamente o desenrolar daquela cena. O helicóptero preto também se encontrava ali estacionado, com dois seguranças armados à porta.

            - Quem és tu?! E o que é que se está a passar?! – gritou, visivelmente alterado.

            - Calma, rapaz… - disse o homem num tom irónico. – A diversão ainda mal começou! – gargalhou.

            - Deixa o meu filho em paz! – gritou Susan, que lutava para sair da jaula, mas era eletrocutada sempre que tocava as barras de ferro.

            - Nós não te fizemos mal nenhum! Porque é que nos estás a fazer isto?! – protestava George.

            - Diz-me Wild, o que é que os teus papás estão para ali a dizer? – provocou o homem.

            - Papás? – o menino cerrou os punhos. – Como é que tu sabes sequer que eu consigo perceber o que eles dizem?! – estranhou ele.

            - Oh Wild… - a figura começou a caminhar de um lado para o outro, ignorando completamente a chuva que continuava a cair com cada vez mais intensidade. – Eu sei tudo! Sei que a tua verdadeira mãe te abandonou. Sei que cresceste com estes estranhos Pokémon. – dizia, apontando para a jaula onde estavam presos. – E sei que, de alguma maneira, desenvolveste essa tua capacidade de comunicar com eles. Falar com eles. Entender a sua linguagem. Tu fazes alguma ideia do quão anormal isso é?

            - Anormal? – repetiu o menino.

            - Pois claro! Ninguém tem essa tua capacidade. Apenas tu.

            - Isso é uma coisa má? – questionou, ingenuamente.

            - É horrível! – gargalhou o homem. – E chegou-me aos ouvidos que pensas em sair numa jornada por Galar? O quão estranho seria quando as pessoas começassem a descobrir essa tua anormalidade!

            - Não prestes atenção ao que ele diz, amigo! – gritava Peter.

            - O que tu tens é um dom! – exclamou Tommy, preocupado com toda aquela situação.

            - Calem-se! – gritou o homem, sendo acompanhado pelo Hydreigon ao seu lado que rugia de fúria. – Ainda bem que não percebo o que vocês dizem! Patéticos!

            - Patético és tu!

            Wild saltou para cima do corpo do homem, fazendo com que os dois caíssem ao chão e se envolvessem numa luta corpo a corpo. O rapaz desferiu vários murros e pontapés pelo corpo do desconhecido, mas a estatura do adulto era maior e mais forte, daí ele conseguir facilmente tomar o controlo daquela situação.

            - Chega!

            O homem levantou-se do chão, pegando em Wild pelo pescoço. O rapaz sentiu a sua visão desfocar e o ar parecia não chegar aos seus pulmões.

            - Tu és uma desgraça. – a raiva e o ódio na voz do homem eram nítidos para todos os presentes no local. Claramente tinha motivos desconhecidos para se sentir assim. - Uma completa distração. Não posso permitir que arruínes os meus planos!

            O homem soltou o corpo de Wild, fazendo com que este caísse de joelhos no chão. O menino sentia-se tonto e fraco, sem saber o que fazer.

            - Está na altura de te despedires da tua família. – afirmou. – Se não te armares em espertinho, eu prometo que irei tomar, devidamente, conta deles.

            Wild fitou o rosto escondido do homem por alguns segundos, refletindo sobre a proposta. Apesar de ser apenas uma criança, ele sabia perfeitamente qual seria o fim daquele encontro. Assentiu com a cabeça e levantou-se calmamente do chão. Virou o seu corpo na direção da jaula onde os Pokémon estavam presos e arrastou o seu corpo até ao local.

            - Wild… - Carol choramingava. – Não desistas, por favor.

            - Eu vou dar cabo daquele tipo! – gritava Nate.

            - Vocês não podem fazer nada. – murmurou o menino, encarando o chão.

            - Não foi isso que me ensinaste, Wild… - Rory falava com uma voz fraca, tentando controlar o choro.

            - Temos que aceitar o destino. – o menino levantou a cabeça, encarando todos aqueles Pokémon que tanto significavam para si. – Eu nunca iria poder agradecer ou compensar-vos por tudo aquilo que fizeram por mim. Mas agora posso. O destino quis que assim fosse. – dizia, esboçando um fraco sorriso.

            - Eu não acredito no que estou a ouvir! – exclamou Susan. – Tu não te vais sacrificar por nós!

            - Aquele homem é nitidamente louco! – gritava George desesperado.

            - E eu sou uma aberração. – afirmou Wild.

            - Não estás autorizado a dizer uma coisa dessas! – contrapôs Butterfree.

            - Vocês são criaturas Pokémon. E eu sou um humano. Como é possível que eu consiga compreender-vos?

            - Nós não sabemos! Mas não é por isso que és um anormal, Wild! – argumentou Abomasnow. – Tu és o meu irmãozinho!

            - Desculpem. – lamentou o rapaz. – Mas eu não posso permitir que vos aconteça algo de mal por minha causa.

            Sem dizer mais nada, Wild virou costas ao grupo de Pokémon. Uma onda de gritos, exclamações e lamentações inundou o local. Susan não queria acreditar que o seu filho iria sacrificar-se por ela. George lamentava-se por não conseguir defender o rapaz. Tommy, Rory e Peter gritavam para que ele voltasse e não desistisse. Nate choramingava, desejando poder sair daquela jaula e enfrentar aquele homem desconhecido. E Carol lamuriava-se por não poder passar mais tempo com o humano por quem se apaixonara.

            O rapaz caminhou até ao centro do local e levantou o seu olhar para a figura de preto que o observava atentamente. As gotas de água continuavam a cair intensamente no seu rosto e, por algum motivo, aquele era o melhor sentimento que Wild sentia naquele momento. Quase que o fazia esquecer de todo o medo, confusão e indignação que nutria. Por rápidos segundos, o rapaz relembrou todos os momentos felizes que passara com aqueles Pokémon. Esboçou um sorriso, lembrando-se de tamanha felicidade. Nunca mais iria sentir aquilo. Mas eles mereciam todo aquele sacrifício.

            - Estou pronto. – afirmou com convicção.

            De baixo da sua máscara, o homem esboçou um sorriso vitorioso. Nada nem ninguém iriam colocar-se no seu caminho. E aquele momento era prova disso. Sem dizer mais nada, levantou o seu braço direito e Hydreigon, que permanecia ao seu lado, elevou o seu corpo no ar.

            - Outrage!


            A chuva continuava a cair na Wild Area e o som das gotas de água a caírem pela terra do local era a única coisa que ali se ouvia.

            Já não havia nenhum sinal de Susan, George, Tommy, Rory, Peter, Nate ou Carol ali. O homem desconhecido e o seu Hydreigon também já não estavam presentes. E o helicóptero já não se encontrava estacionado no local.

            Pelo contrário, o cenário de destruição e luta era a única coisa que ali permanecia e era visível para qualquer um que ali passasse. A árvore que antes servia de base para a casa da família Pokémon encontrava-se destruída, assim como todos os seus pertences. E entre os destroços, o corpo de Wild encontrava-se caído no chão. Os seus olhos permaneciam abertos, encarando o céu infinito. No seu peito, uma garra de dragão atravessava o seu corpo de um lado ao outro. O menino já não respirava.

            Wild estava morto.

  

Novos pokémon e líderes de ginásio


            Um mês após o lançamento de Pokémon Sword e Pokémon Shield, o site oficial dos novos jogos continua a ser atualizado com novas informações da região de Galar.

Novos pokémon

            Centiskorch é do tipo fogo e inseto. Centiskorch cria gases inflamáveis ao fermentar os alimentos no interior do seu corpo, gerando ondas de calor ao longo da sua barriga. O fogo produzido através deste processo é tanto, que faz com que as chamas transbordem das antenas na sua cabeça e na parte traseira do seu corpo. Este Pokémon possui uma natureza tão bélica que atacará, indiscriminadamente, tudo o que se aproximar do seu corpo.
Centiskorch.

            Centiskorch Gigantamax é capaz de alcançar velocidades impressionantes graças às suas cem pernas. O poder de fogo do Centiskorch aumentou significativamente. A sua temperatura interna já excede os 1000ºC. É suficientemente quente para fazer com que os seus adversários se queimem nas ondas de calor libertadas por este Pokémon.
Centiskorch Gigantamax.


            Os ataques do tipo fogo utilizados por Centiskorch Gigantamax irão transformar-se em G-Max Centiferno que, para além de causar danos aos seus adversários, irá fazê-los ficar presos numa tempestade que lhes causará danos de forma contínua. Esta tempestade irá também impedir que os seus adversários fujam ou sejam trocados.

G-Max Centiferno.

            Sandaconda é do tipo terra. Sandaconda cobre a sua cabeça com uma bolsa de areia insuflada, protegendo-se, assim, dos ataques exteriores. Sandaconda age de forma valente e confiante quando a sua bolsa está cheia de areia, no entanto, torna-se cobarde e tímido assim que esta fica vazia.
Sandaconda

            A habilidade do Sandaconda chama-se Sand Spit. Quando é atingido por um ataque, Sandaconda pulveriza areia a partir da sua bolsa, criando uma tempestade de areia, na qual os Pokémon que não sejam do tipo pedra, terra ou ferro sofrem sempre danos.

Habilidade de Sandaconda, conhecida como Sand Spit.

            Sandaconda Gigantamax ataca ao girar o seu corpo a alta velocidade nas batalhas, o que faz com que a areia ao seu redor também gire a velocidades extremamente elevadas. A força destrutiva destes grãos afiados aumenta com a rotação, causando sérios danos naqueles em que toca.

Sandaconda Gigantamax.

            Os ataques do tipo terra utilizados por Sandaconda Gigantamax irão transformar-se em G-Max Sandblast, que não se limita a causar danos ao atingir os adversários. Também irá fazê-los ficar presos num monte de areia que lhes causará danos, de forma contínua. Além disso, evita que fujam ou sejam trocados.

G-Max Sandblast.

            Stonjourner é um pokémon do tipo pedra, exclusivo de Pokémon Sword. O corpo de Stonjourner é composto por várias pedras de pequenas e grandes dimensões, que podem ser movimentadas conforme a sua necessidade. De modo geral, gosta de passar os seus dias no campo a contemplar o sol e a desfrutar de uma vida serena. A habilidade de Stonjourner chama-se Power Spot, que faz com que a energia se acumule ao redor dos Stonjourner e otimiza os movimentos dos seus aliados.

Stonjourner.

            Eiscue é um pokémon do tipo gelo, exclusivo de Pokémon Shield. Eiscue vem de uma área muito fria e produz ar frio a partir da sua cabeça, de forma a criar gelo ao seu redor e a protegê-la do calor. Mas este gelo não é muito resistente, podendo ser facilmente quebrado. É visto frequentemente a flutuar sem direção no mar, com a sua própria cabeça coberta de gelo a espreitar fora da água, sendo arrastado pelas marés até costas longínquas.
Eiscue.

            A habilidade do Eiscue chama-se Ice Face. Quando Eiscue está na sua forma Ice Face e tem a cabeça coberta por gelo, este gelo protege-o contra danos causados por um único movimento físico. Quando o gelo no seu rosto é destruído, Eiscue passa para a sua forma Noice Face. No entanto, quando o Eiscue Noice Face está no campo de batalha, é capaz de regressar à sua forma Ice Face coberta de gelo, caso comece a chover granizo.

            Exclusivo da versão Sword, Galarian Darumaka, do tipo gelo, surgiram há muito tempo, quando as alterações sísmicas causaram a descida da temperatura na região quente em que estes habitavam. Os Darumaka desta região adaptaram-se a esta descida da temperatura, mudando de forma. O fogo que, em tempos, ardia a partir do interior dos seus corpos foi extinto e, no seu lugar, os Darumaka desenvolveram um órgão que lhes permite produzir ar frio.

Galarian Darumaka.

            Também exclusivo de Pokémon Sword e do tipo gelo, Galarian Darmanitan, a forma evoluída de Darumaka, tem uma grande bola de neve no cimo da sua cabeça, que serve para armazenar comida. Nas batalhas, esta bola pode ser utilizada para dar poderosas cabeçadas aos seus adversários. Quando sente a presença de humanos, Darmanitan finge ser um boneco de neve inanimado.

Galarian Darmanitan.

            A habilidade de Galarian Darmanitan chama-se Gorilla Tactics. Quando um Darmanitan possui esta habilidade, as suas estatísticas de ataque aumentam e, por sua vez, também os danos que pode infligir aos seus alvos são maiores. No entanto, fica tão obcecado com o primeiro movimento que utilizou que não é capaz de utilizar nenhum outro movimento.

            Alguns Galarian Darmanitan podem possuir a habilidade Zen Mode. Quando enfurecido, Galarian Darmanitan é capaz de mudar de forma, caso a sua quantidade de HP baixe para metade ou para menos do seu valor máximo durante a batalha. A sua bolsa de fogo inativa, há muito negligenciada no ambiente frio deste Pokémon, volta assim a reacender-se. O Darmanitan, habitualmente gentil, vive de forma selvagem, enlouquecido pela sua fúria, e tem ataques em que cospe fogo sem qualquer consideração pelo ambiente que o rodeia.

Zen Mode, a habilidade oculta de alguns Galarian Darmanitan.

            Exclusivo da versão Shield, Corsola Galarian, do tipo fantasma, é originário dos Corsola, que habitavam o mar que banhava a região de Galar nos tempos antigos e que perderam a vida devido ao impacto de um meteorito que caiu na região. São frequentemente encontrados a viver em sítios que foram, anteriormente, leitos do mar.
Corsola Galarian.

            Também exclusivo da versão Shield, a evolução de Corsola, Cursola, do tipo fantasma, perdeu a sua figura corpórea depois de ter armazenado continuamente a energia que absorveu de outras criaturas.
Cursola Galarian.

Líderes de ginásio

            Apesar de já ter perdido o seu título de líder de ginásio uma vez, Kabu voltou a reclamá-lo de forma gloriosa há alguns anos. Trata-se de um treinador com uma ampla experiência de vida, com uma atitude implacavelmente positiva e que parte para as batalhas com todas as intenções de ganhar, juntamente com os seus Pokémon do tipo fogo.

Kabu, líder de ginásio do tipo fogo.

            Opal é a líder de ginásio mais velha da Liga Pokémon de Galar. Juntamente com os seus Pokémon do tipo fada, mantém-se na posição há 70 anos. Por vezes, é chamada de "feiticeira" pela forma como se move durante as batalhas, como se conseguisse prever os movimentos dos seus adversários.

Opal, líder de ginásio do tipo fada.

            Exclusivo da versão Sword, Gordie é um líder de ginásio bastante promissor. A velocidade com que atingiu o topo fez com que ganhasse a atenção de todos, posicionando-o entre os favoritos. Gordie é muito trabalhador e recebeu a melhor educação possível por parte da sua mãe, Melony. Mas a sua admiração pelos Pokémon do tipo pedra levou-o a juntar-se a um ginásio diferente como aprendiz, iniciando assim o seu próprio caminho para o sucesso.
Gordie, líder de ginásio do tipo pedra.

            Exclusiva da versão Shield, Melony utiliza Pokémon do tipo gelo e é a única líder de ginásio que se pode gabar de nunca ter perdido para o Raihan, que é considerado o líder mais forte da atual Liga de Galar. Além disso, é mãe do Geordie. Apesar da sua natureza generosa e magnânima, Melony adora batalhas difíceis e atinge os seus adversários nos seus pontos fracos, com uma precisão inflexível.

Meloniem líder do tipo gelo.

            Apesar de poder ser um pouco selvagem, Peirs é um treinador que se preocupa verdadeiramente com a sua cidade e os seus amigos. Adora o seu ginásio, que possui fortes laços com a cidade onde está localizado, e tem tentado desesperadamente apoiá-lo, juntamente com os seus Pokémon do tipo noturno.

Peirs, meste do tipo norturno.

            Raihan é considerado o líder de ginásio mais forte da atual Liga Pokémon de Galar. É também o maior rival de Leon, o atual campeão. Raihan utiliza Pokémon do tipo dragão e treina incansavelmente, no entanto, também tem tempo para desfrutar dos seus hobbies favoritos, tais como a moda ou o aumento da sua presença nas redes sociais. Este jovem possui uma natureza bondosa e tem sempre um sorriso na cara.

Raihan, líder de ginásio do tipo dragão.

Fonte:
Pokémon oficial

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