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- Capítulo 11
Aquela era uma manhã
agitada no salão da receção do Budew Drop Inn. Vários jornalistas, fotógrafos e
assistentes encontravam-se no local, aguardando o início da conferência de
imprensa da Pokémon League de Galar.
Leon, Rose e Oleana
encontravam-se sentados sobre os três sofás individuais dispostos lado a lado.
O homem assentiu para os outros dois antes de limpar a sua garganta e começar
finalmente a falar.
- Olá a todos. – disse,
num tom de voz sério. – Como já devem saber, ontem, durante a cerimónia de
inauguração do Gym Challenge, o Motostoke Stadium foi invadido por um grupo de
rebeldes que se nomeou como Team Yell.
- Ainda não temos mais
informações sobre estes indivíduos, mas já temos as nossas investigações em
curso. – completou Oleana de uma forma autoritária.
- Felizmente, no local,
tínhamos o nosso Campeão. Leon foi o responsável por salvar todos os presentes
no interior do Motostoke Stadium. – afirmou Rose, apontando na direção do
jovem.
- Eu só fiz o que
qualquer outra pessoa faria.
- No entanto, foste a
primeira pessoa a agir, Leon. – interrompeu uma jornalista com um bloco de
notas na mão. – Como conseguiste ser tão rápido?
- Intuição, penso eu. –
o moreno encolheu os ombros, encostando-se no sofá. – Já fui um simples
treinador e sei o quão assustador é estar num estádio pela primeira vez. Alguém
tinha de combater contra aqueles dois idiotas.
- Relativamente aos
membros da Team Yell. – outro jornalista tomou a palavra. – O que te levou a
deixá-los fugir impunes?
-
Não havia nenhuma forma de resolver aquela situação sem violência. – respondeu
rapidamente. – Haviam dois possíveis cenários. No primeiro, eu podia atacá-los,
com a ajuda do Charizard, mas aí todos os presentes podiam ser atingidos. E, como
é óbvio, eu não queria magoar ninguém inocente. Nunca o fiz. – o rapaz fez uma
pausa. – O segundo cenário foi aquele que eu escolhi. Deixá-los fugir. Escolher
a segurança de todos os inocentes. E esperar que as autoridades os apanhem
eventualmente.
- Devemos sublinhar que
lamentamos imenso, a todos os nossos fãs e espectadores, o ocorrido. – frisou
Oleana. – Foi a primeira vez que algo do género aconteceu. Daqui em diante,
vamos, com toda a certeza, reforçar a segurança dos estabelecimentos da Pokémon
League de Galar. – garantiu.
- No futuro, esperamos
que situações destas não se voltem a repetir. – Rose voltou a tomar a palavra. –
Afinal, agora os combates de ginásio podem ser visualizados todos os dias, a
qualquer hora, através de qualquer diapositivo tecnológico! – disse, num tom
comercial. – Não se esqueçam de escrever isso.
- Presidente Rose, uma
última questão, por favor. – falou outra jornalista com um gravador de voz na
mão. – Como resume a cerimónia de inauguração do Gym Challenge deste ano? O que
o público pode esperar daqui para a frente?
- A cerimónia de ontem
foi, certamente, inesquecível. Quer seja por boas ou más razões. – respondeu
calmamente. – Apesar de tudo, é importante não desfocarmos a atenção do que
realmente interessa. Os novos Treinadores Pokémon e os seus Pokémon. É isso que
faz o Gym Challenge acontecer, na verdade. São eles que criam as suas próprias
histórias, reviravoltas, vitórias ou derrotas. – falava num tom de voz animado.
– É neles que toda a região de Galar se deve focar. – concluiu, esboçando um
sorriso nos lábios enquanto se voltava a encostar no sofá.
• • •
O helicóptero preto da
Team Yell encontrava-se pousado numa área remota da Wild Area. Carter e Gale
encontravam-se no seu interior. O homem permanecia sentado, com uma expressão
de preocupação no rosto, enquanto Gale caminhava, de forma agitada, de um lado
para o outro.
- Não devíamos ter
abortado a missão daquela maneira! – a rapariga gritava.
- Não havia nada que
nós pudéssemos fazer, Gale! – ripostou o rapaz.
- E tu não devias ter
dito aquilo! – bufou. – Sinceramente, o que achas que eles vão achar de nós
agora?!
- Querias ser queimada
à frente de toda a gente?!
- Achas mesmo que o
Leon seria capaz de fazer isso?! – Gale estava visivelmente irritada. – Não
percebeste que ele estava a jogar contigo? És mesmo idiota, não és?!
- Eu só quis manter o
objetivo principal em segurança.
- Foste enganado! E eu
vou levar na cabeça por tua causa!
- Mas foi o teu Pokémon
que falhou em primeiro lugar…
- O Woobat não tem
culpa de nada! – a mulher saiu disparada na direção de Carter, aproximando o
seu rosto do homem, que se encolheu. – Não voltas a falar do meu Pokémon dessa
maneira, verme estúpido.
- D-d-desculpa. –
gaguejou.
-
Posso ser uma bandida, mas não admito que ninguém falte ao respeito aos meus
Pokémon. – sublinhou, com um tom sério.
- Percebido.
Gale voltou a afastar o
seu corpo de Carter, voltando a caminhar de um lado para o outro no interior da
viatura.
- Devemos desaparecer
por uns tempos. – sugeriu ela. – Tal como o chefe nos explicou, vamos proceder
aos planos mais pequenos a partir de agora. Aqueles que levantem menos atenção
de todos.
- Roubar alguns treinadores
de vez em quando, é isso?
- Exatamente. – acenou.
– Entretanto, devemos aproveitar para fortalecer as nossas equipas.
- Parece-me que estamos
no sítio ideal para isso… - falou Carter, observando a natureza da Wild Area
através da janela do helicóptero.
• • •
Apesar de ser um novo
dia, Motostoke Stadium continuava ao rubro. Com o início do Gym Challenge, vários
treinadores começavam a desafiar o Líder de Ginásio da cidade. Naquele momento,
a multidão presente nas bancadas do local, levantava-se para aplaudir o fim de
mais um confronto. Desta vez, o especialista em Pokémon Fire-Type era
derrotado por um treinador iniciante, algo que não acontecia todos os dias,
tendo em conta o seu nível de exigência.
Os olhos de Kabu
focavam-se no seu Pokémon, que permanecia inconsciente no chão. O cabelo grisalho do homem parecia brilhar, assim como o
uniforme tradicional que usava. A sua t-shirt era vermelha e, por baixo, usava
uma camisola preta, com padrão nas mangas. Os calções eram brancos e tinham
desenhado o logótipo Fire-Type e o Número de Treinador de Kabu, 187. As
suas pernas eram protegidas por meias grossas e encarnadas, da mesma cor das
sapatilhas que calçava.
O Líder de Ginásio olhou
à sua volta, observando atentamente as reações das pessoas presentes. Mesmo
depois de perder o combate, continuava a receber apoio dos seus admiradores,
que aplaudiam incansavelmente. Na verdade, aquele era o reflexo de todo o seu
esforço e trabalho durante anos a fio à frente do Motostoke Stadium. A sua
reputação tornava-o num dos melhores Líderes de Ginásio que Galar alguma vez
vira.
O homem apoiou os seus
joelhos no chão e inclinou-se na direção do Pokémon que, aos poucos, voltava a
ganhar consciência. O seu corpo encarnado e amarelo pareciam representar várias
chamas de fogo. Nas mãos, cinco presas afiadas permitiam que a criatura
atacasse os seus adversários e, na ponta da sua cauda, uma chama ardia
calmamente. Magmar abriu os olhos calmamente, encarando o seu treinador.
- Foi um confronto
bastante ardente. Agora é tempo de descansares. – murmurou, na sua voz grave,
antes de retroceder o Pokémon para o interior da sua Ultra Ball.
Do outro lado do
recinto, um Impidimp saltitava vitorioso. Apesar do Pokémon estar visivelmente
ferido e cansado, a criatura parecia não demonstrar o seu lado mais frágil.
Afinal, o sentimento de felicidade, que sentia naquele momento, era muito mais
forte.
Logo atrás de si, Bede
permanecia em silêncio. O treinador vitorioso continuava com uma expressão
apática no rosto. Olhava em volta, observando com atenção o público que gritava
e aplaudia. Entre aqueles que exclamavam o nome do Líder de Ginásio, o rapaz
conseguia ouvir outros a gritar o seu próprio nome. Para ele, tudo aquilo era
demasiado estranho e até mesmo um pouco desconfortável.
- Ganhámos. – sussurrou,
voltando o seu rosto para a figura de Impidimp que continuava a celebrar
sozinho.
- É verdade, rapaz. –
Kabu levantava-se do chão e começava a caminhar na direção de Bede, parando
alguns metros à sua frente. – Estás feliz?
- Sim. – o rapaz
respondeu vagamente.
- Não parece. –
confessou o homem, deixando escapar um pequeno riso. – O teu Pokémon parece
celebrar por vocês os dois. Já tu, pareces não mostrar qualquer tipo de
entusiasmo.
- Não me sinto muito
confortável com toda esta gente à minha volta. – admitiu.
- Isso é normal. Com o
tempo, irás habituar-te, certamente.
- Talvez.
- Mas diz-me, porque
razão eu fui o Líder de Ginásio que desafiaste em primeiro lugar? Normalmente,
Treinadores Pokémon iniciantes, como tu, aguardam algum tempo antes de virem
até Motostoke.
- Isso é bastante
simples. – respondeu. – Motostoke foi a cidade onde cresci. Para mim, faria
todo o sentido ser o primeiro Líder de Ginásio a enfrentar.
- Gostaste de crescer
aqui?
- Na verdade, não. – respondeu
prontamente.
- Então, talvez seja
por isso…
- O quê?
- Se queres tanto sair
daqui, então faz sentido eu ser o primeiro Líder de Ginásio que enfrentas.
Queres-te livrar desta cidade, de uma vez por todas.
Bede calou-se. Por
algum motivo, Kabu conseguira perceber as suas verdadeiras razões, unicamente
através de uma curta conversa com ele. O rapaz questionava-se sobre como aquilo
seria possível. Talvez ele estivesse a deixar transparecer mais os seus
sentimentos do que aquilo que realmente pensava.
- Seja como for, eu
consegui, certo? Venci-o.
- Conseguiste, sim. –
reconheceu o homem. – Mas vais conseguir enfrentar os teus medos ou vais
continuar a fugir deles?
- Eu não tenho medo. –
Bede respondeu de forma séria. Começava a irritar-se com o julgamento de Kabu.
– Eu apenas quero sair daqui de uma vez por todas!
- Muito bem. – o homem
assentiu com a cabeça e levantou o seu braço, indicando ao árbitro que se
aproximasse. O trabalhador do Motostoke Stadium segurava nas suas mãos uma
pequena bandeja encarnada. – Mesmo através de um combate de um para um, tu e o
teu Pokémon conseguiram vencer-me a mim e ao Magmar. Conseguiste,
inclusivamente, controlar um Pokémon Dynamax. Isso prova que, de facto, vocês
os dois, juntos, reúnem uma força bastante rara de se encontrar. Esse poder tão
individual torna-vos merecedores deste objeto. – Kabu retirou da bandeja um
pequeno crachá. – A Fire Badge é vossa.
Bede esticou o seu
braço e abriu a palma da mão, onde Kabu pousou a insígnia que esculpia uma
chama flamejante. O rapaz permaneceu em silêncio a observar aquele pequeno
objeto de grande significado. Impidimp aproximou-se do seu treinador e saltou
no ar, apanhando a Fire Badge com a sua língua, começando a brincar com o
objeto.
- Ele faz isto muitas
vezes? – questionou Kabu, observando atentamente o comportamento da criatura.
- Completamente. É só
mais um dia normal na companhia do Impidimp. – brincou o jovem, recebendo a
atenção do Pokémon que lhe voltou a entregar o crachá.
- Vocês confiam um no
outro. – apontou o Líder de Ginásio. – Isso é muito importante. Mais uma vez, o
Rose conseguiu encontrar um jovem treinador bastante especial.
- O que é que isso
significa?
- O Leon era um jovem
com uma energia contagiante e rara. Tu não tens essa energia, mas tens outra
coisa qualquer que eu ainda não consegui decifrar. Mas parece que o Rose
percebeu isso primeiro do que qualquer outra pessoa. – disse esboçando um
sorriso. – Estou curioso para observar o teu percurso no Gym Challenge. Tenho a
certeza que chegarás à Pokémon League num piscar de olhos.
- Obrigado, senhor. –
Bede esboçou um pequeno sorriso. Era a primeira vez que ele demonstrava algum tipo
de felicidade desde que ali chegara. – Vou dar o meu melhor.
• • •
Marnie caminhava
calmamente pela Route 3. Morpeko acompanhava a treinadora, pousado no seu
ombro, enquanto a rapariga, distraída da realidade à sua volta, conversava
animadamente para o Rotom Phone. No ecrã do diapositivo, o rosto de Piers podia
ser visto.
- Foi assustador. –
afirmou, recordando-se do evento da noite anterior. – Ainda bem que o Leon
apareceu para salvar toda a gente.
- Havia imensas pessoas
para vos salvar daqueles dois idiotas. – respondeu o homem do outro lado. –
Eles sabiam que não teriam sucesso, só queriam, de facto, assustar os
presentes.
- Talvez tenhas razão…
- pensou.
- Desculpa não ter tido
oportunidade de estar contigo, mas estes eventos são sempre uma correria, tu
sabes.
- Não tem problema. – a
menina sorriu. – Eu e os meus Pokémon estamos bem. Vamos agora a caminho do
nosso primeiro desafio do Gym Challenge! – exclamou ansiosa.
- Continuo a achar que
é uma loucura fazeres uma jornada sozinha. Devias arranjar alguma companhia. –
admitiu Piers.
- Eu não estou sozinha,
eu tenho sempre o Morpeko por perto! – riu, mostrando o Pokémon ao seu ombro,
que acenou de forma sorridente como resposta. – Mudando de assunto, como estão
as coisas por aí? Já recebeste algum desafio? E espetáculos da banda?
- Não. Nada. – o homem
respondeu prontamente. – A minha receção ontem não foi, de facto, das melhores.
- Tenho a certeza que,
em breve, serás desafiado por novos treinadores. Caso contrário, terás de
esperar por mim. – disse, em tom de provocação.
- Mal posso esperar
para ver esse dia chegar, querida irmã. – o homem sorriu de forma sincera.
Concentrada na ligação
com o seu irmão mais velho e distraída do meio à sua volta, a rapariga
surpreendeu-se quando começou a sentir um cheiro diferente do normal. Parou de
caminhar e, pela primeira vez, afastou o seu olhar do telemóvel, observando em
volta. Entre alguns arbustos perto do local onde se encontrava, Marnie
conseguiu detetar alguma agitação anormal.
- Piers, eu ligo-te
mais tarde. – murmurou, num tom de voz mais discreto.
- Está tudo bem?
- Sim, não te
preocupes. – e desligou a ligação sem esperar pela resposta do outro lado.
O seu olhar voltou-se
para a figura de Morpeko, que também observava atentamente os arbustos ao
longe.
- Também viste aquilo,
certo?
O Electric-Type
assentiu. A treinadora olhou em volta. Naquele momento, ninguém passava pelos
trilhos da Route 3. Estava completamente sozinha. Conclui que, pela primeira
vez, ela era responsável por si mesma e pelas suas próprias decisões. No fundo,
aquele tipo de liberdade era o que ela desejava desde que saíra na sua jornada.
Mas, naquela situação, não conseguia deixar de se sentir assustada ou com
receio daquilo que pudesse encontrar atrás daqueles arbustos.
Passo a passo, caminhou
calmamente. O cheiro tóxico aumentava drasticamente à medida que se aproximava
da vegetação. Naquela altura, já só estava afastada da verdura suspeita por
pequenos metros. Um simples olhar foi o suficiente para que Morpeko percebesse
a mensagem da sua treinadora. O pequeno Pokémon saltou no ar e disparou um Thunder
Shock na direção dos arbustos, aterrando no chão de terra do local.
Ouviu-se um guincho e,
logo a seguir, a figura de um Pokémon apareceu por detrás do arbusto. O corpo
da criatura era revestido por um grande pelo roxo e bege. O seu pequeno nariz
era laranja, a mesma cor das marcas que contornavam os seus olhos e no seu focinho
encontravam-se fios de bigodes bege. A criatura segurava-se em quatro patas e,
ao fundo do seu corpo, uma cauda gigante abanava no ar.
- Stunky, um Pokémon Poison-Type
e Dark-Type. – disse o Rotom Phone que Marnie segurava. – Normalmente,
lança um líquido com cheiro tóxico para afastar os seus inimigos, que os podem
deixar, de facto, inconscientes.
A criatura selvagem,
depois de recuperar do ataque de Morpeko recompôs-se e observava naquele
momento, em silêncio, a figura da treinadora que permanecia de pé à sua frente.
- Deixa-me ver se
percebo. Usaste o teu cheiro fedorento para nos tentar afastar, é isso? – a
rapariga deixou escapar uma risada. – Que pena, teve o efeito completamente
oposto. E agora vamos lutar! – exclamou, despertando a atenção de Morpeko. – Power
Trip!
Morpeko permaneceu no
mesmo lugar por alguns momentos, reunindo a sua energia, aumentando o seu status
de ataque. Só depois se lançou na direção do adversário que, por sua vez,
conseguiu escapar graças à lentidão de Morpeko na execução da técnica. Stunky,
no entanto, não perdeu tempo e contra-atacou com Scratch, atingindo o Electric-Type
sem grande dificuldade.
- Leer!
Com um brilho nos olhos,
Morpeko cruzou o olhar com Stunky, fazendo com que este tivesse o seu status
de defesa diminuído. No entanto, as combinações de Marnie pareciam não afetar
completamente a criatura selvagem, que disparou um Smokescreen no ar.
Uma névoa de fumo invadiu o local, diminuindo o nível de observação e perícia
dos dois Pokémon.
- Mantem-te alerta,
Morpeko… - pediu Marnie, observando em redor. – Ataca com Thunder Shock
assim que o vires.
Mesmo que Morpeko se
esforçasse para manter o seu nível de concentração elevado, a criatura não
conseguia antever as técnicas de Stunky. Várias esferas roxas de ácido foram
lançadas ao ar, caindo na direção do rato elétrico. Graças às suas pequenas
dimensões, o Pokémon de Marnie conseguiu esquivar-se do Acid Spray, na
mesma altura em que o Smokescreen começava a desvanecer-se no local.
Stunky permanecia intacto e pronto para continuar a batalha. Já Morpeko,
seguindo as últimas indicações da sua treinadora, disparou um raio elétrico na
direção do oponente, atingindo-o em cheio.
- Power Trip de
novo!
Aproveitando o momento
de fraqueza de Stunky, Morpeko precipitou-se na sua direção, atingindo o Poison-Type
novamente. A criatura selvagem gemeu de dor. Apesar do rato ser pequeno, o seu
poder parecia aumentar de dia para a dia.
Marnie, impressionada
com o combate, apressou-se a retirar da sua mala uma Poké Ball vazia, que
arremessou na direção do corpo de Stunky. A criatura transformou-se numa luz
brilhante que foi imediatamente sugada para o interior da esfera bicolor. A
rapariga observou atentamente os movimentos da Poké Ball que, depois de três
longas vibrações, conclui finalmente a captura.
A treinadora correu
para apanhar a esfera do chão, guardando-a no interior da sua mala. Não
conseguia acreditar que tinha capturado um novo Pokémon, mais uma vez, com a
ajuda de Morpeko. Marnie voltou o seu olhar para a figura do Electric-Type
e surpreendeu-se ao encontrar o corpo do Pokémon caído no chão.
- Morpeko? – chamou
aflita, pegando no corpo da criatura e abanando-o nos seus braços.
O pequeno rato estava
ferido. Afinal, não tinha conseguido escapar totalmente do último ataque
utilizado por Stunky e acabou por ficar envenenado com a técnica Poison-Type.
A rapariga voltou a remexer a sua mala, procurando algum item que pudesse
diminuir a dor do Pokémon naquele momento. Finalmente, acabou por encontrar uma
baga rosa com algumas manchas mais claras. Era uma Pecha Berry, conhecida por
curar Pokémon envenenados. A treinadora aproximou o alimento da boca do pequeno
Pokémon que, calmamente, começou a trincá-lo.
- Isso mesmo. –
murmurou enquanto sorria. – Conseguimos mais uma vez, Morpeko. Encontrámos um
novo amigo.
O Pokémon abriu os
olhos e observou a rapariga sorridente. O seu objetivo principal era fazer
aquela jovem feliz. Não importava se, para isso, ele teria de ficar ferido pelo
meio. Marnie estava satisfeita e orgulhosa por ter capturado um novo amigo. E
isso era tudo o que ele queria. Apesar de continuar a sentir o veneno no
interior do seu corpo, Morpeko sorriu de volta, sentindo a felicidade da sua
treinadora no forte abraça que os dois selavam.
E aí, Angie?
ReplyDeleteE vamos para mais um capítulo focado nos personagens secundários. Bede conquistando a insígnia e ganhando uma análise psiquiátrica de graça. O que o Kabu disse faz muito sentido. O Bede está sendo o personagem dos mais novos que estou mais gostando até o momento, junto do Hop.
E então temos a Marnie, ela tem muito potencial. Da mesma forma que ela respeita e quer homenagear o irmão usando o mesmo tipo, ela ainda quer fazer as coisas do jeito dela. Vamos ver como você trabalha com ela a partir daqui.
E é isso, até mais, Angie!
Eu fico muito feliz por saber que estes momentos mais focados nos personagens secundários são entendidos pelo seu propósito específico - conhecê-los de forma singular.
DeleteA verdade é que o trauma que Bede sente em relação à cidade de Motostoke remete para uma parte da sua vida e identidade que ele desconhece. Enfrentar os medos, como Kabu mencionou, será um dos desafios de Bede ao longo da sua jornada, ao mesmo tempo que se descobre a si mesmo e aos outros à sua volta.
A Marnie tem uma personalidade doce, mas é importante criar algumas ambiguidades e diferenças com a sua base - neste caso, Piers, o seu irmão mais velho com quem ela partilha tanto carinho. Esta dualidade de opiniões relativamente ao fenómeno Dynamax é um ponto de partida interessante para a construção da personagem de Marnie. O que será mais importante para ela: abraçar os fenómenos oferecidos pelo mundo Pokémon ou seguir os ideais defendidos por Piers?
Espero que continue a curtir a exploração dessas personagens que ainda vão dar muito que falar!
Bom, mais um otimo capitulo mais uma vez! Marnie e o Bede estão a ser personagens que estou gostando bastante, principalmente o Bede kkk
ReplyDeleteConfesso que adoro imenso trabalhar o desenvolvimento de Bede. É das personagens que me permite fazer coisas mais "fora da caixa" e que vai contra os restantes elementos da narrativa. É sempre bom existir um personagem irritante assim, não é? Fico feliz por estares a gostar dele e da Marnie também!
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