Posted by : Angie Nov 15, 2020


            Aquela era uma manhã agitada no salão da receção do Budew Drop Inn. Vários jornalistas, fotógrafos e assistentes encontravam-se no local, aguardando o início da conferência de imprensa da Pokémon League de Galar.

 

            Leon, Rose e Oleana encontravam-se sentados sobre os três sofás individuais dispostos lado a lado. O homem assentiu para os outros dois antes de limpar a sua garganta e começar finalmente a falar.

 

            - Olá a todos. – disse, num tom de voz sério. – Como já devem saber, ontem, durante a cerimónia de inauguração do Gym Challenge, o Motostoke Stadium foi invadido por um grupo de rebeldes que se nomeou como Team Yell.

 

            - Ainda não temos mais informações sobre estes indivíduos, mas já temos as nossas investigações em curso. – completou Oleana de uma forma autoritária.

 

            - Felizmente, no local, tínhamos o nosso Campeão. Leon foi o responsável por salvar todos os presentes no interior do Motostoke Stadium. – afirmou Rose, apontando na direção do jovem.

 

            - Eu só fiz o que qualquer outra pessoa faria.

 

            - No entanto, foste a primeira pessoa a agir, Leon. – interrompeu uma jornalista com um bloco de notas na mão. – Como conseguiste ser tão rápido?

 

            - Intuição, penso eu. – o moreno encolheu os ombros, encostando-se no sofá. – Já fui um simples treinador e sei o quão assustador é estar num estádio pela primeira vez. Alguém tinha de combater contra aqueles dois idiotas.

 

            - Relativamente aos membros da Team Yell. – outro jornalista tomou a palavra. – O que te levou a deixá-los fugir impunes?

 

            - Não havia nenhuma forma de resolver aquela situação sem violência. – respondeu rapidamente. – Haviam dois possíveis cenários. No primeiro, eu podia atacá-los, com a ajuda do Charizard, mas aí todos os presentes podiam ser atingidos. E, como é óbvio, eu não queria magoar ninguém inocente. Nunca o fiz. – o rapaz fez uma pausa. – O segundo cenário foi aquele que eu escolhi. Deixá-los fugir. Escolher a segurança de todos os inocentes. E esperar que as autoridades os apanhem eventualmente.

 

            - Devemos sublinhar que lamentamos imenso, a todos os nossos fãs e espectadores, o ocorrido. – frisou Oleana. – Foi a primeira vez que algo do género aconteceu. Daqui em diante, vamos, com toda a certeza, reforçar a segurança dos estabelecimentos da Pokémon League de Galar. – garantiu.

 

            - No futuro, esperamos que situações destas não se voltem a repetir. – Rose voltou a tomar a palavra. – Afinal, agora os combates de ginásio podem ser visualizados todos os dias, a qualquer hora, através de qualquer diapositivo tecnológico! – disse, num tom comercial. – Não se esqueçam de escrever isso.

 

            - Presidente Rose, uma última questão, por favor. – falou outra jornalista com um gravador de voz na mão. – Como resume a cerimónia de inauguração do Gym Challenge deste ano? O que o público pode esperar daqui para a frente?

 

            - A cerimónia de ontem foi, certamente, inesquecível. Quer seja por boas ou más razões. – respondeu calmamente. – Apesar de tudo, é importante não desfocarmos a atenção do que realmente interessa. Os novos Treinadores Pokémon e os seus Pokémon. É isso que faz o Gym Challenge acontecer, na verdade. São eles que criam as suas próprias histórias, reviravoltas, vitórias ou derrotas. – falava num tom de voz animado. – É neles que toda a região de Galar se deve focar. – concluiu, esboçando um sorriso nos lábios enquanto se voltava a encostar no sofá.

 

• • •

 

            O helicóptero preto da Team Yell encontrava-se pousado numa área remota da Wild Area. Carter e Gale encontravam-se no seu interior. O homem permanecia sentado, com uma expressão de preocupação no rosto, enquanto Gale caminhava, de forma agitada, de um lado para o outro.

 

            - Não devíamos ter abortado a missão daquela maneira! – a rapariga gritava.

 

            - Não havia nada que nós pudéssemos fazer, Gale! – ripostou o rapaz.

 

            - E tu não devias ter dito aquilo! – bufou. – Sinceramente, o que achas que eles vão achar de nós agora?!

 

            - Querias ser queimada à frente de toda a gente?!

 

            - Achas mesmo que o Leon seria capaz de fazer isso?! – Gale estava visivelmente irritada. – Não percebeste que ele estava a jogar contigo? És mesmo idiota, não és?!

 

            - Eu só quis manter o objetivo principal em segurança.

 

            - Foste enganado! E eu vou levar na cabeça por tua causa!

 

            - Mas foi o teu Pokémon que falhou em primeiro lugar…

 

            - O Woobat não tem culpa de nada! – a mulher saiu disparada na direção de Carter, aproximando o seu rosto do homem, que se encolheu. – Não voltas a falar do meu Pokémon dessa maneira, verme estúpido.

 

            - D-d-desculpa. – gaguejou.

 

            - Posso ser uma bandida, mas não admito que ninguém falte ao respeito aos meus Pokémon. – sublinhou, com um tom sério.

 

            - Percebido.

 

            Gale voltou a afastar o seu corpo de Carter, voltando a caminhar de um lado para o outro no interior da viatura.

 

            - Devemos desaparecer por uns tempos. – sugeriu ela. – Tal como o chefe nos explicou, vamos proceder aos planos mais pequenos a partir de agora. Aqueles que levantem menos atenção de todos.

 

            - Roubar alguns treinadores de vez em quando, é isso?

 

            - Exatamente. – acenou. – Entretanto, devemos aproveitar para fortalecer as nossas equipas.

 

            - Parece-me que estamos no sítio ideal para isso… - falou Carter, observando a natureza da Wild Area através da janela do helicóptero.

 

• • •

 

            Apesar de ser um novo dia, Motostoke Stadium continuava ao rubro. Com o início do Gym Challenge, vários treinadores começavam a desafiar o Líder de Ginásio da cidade. Naquele momento, a multidão presente nas bancadas do local, levantava-se para aplaudir o fim de mais um confronto. Desta vez, o especialista em Pokémon Fire-Type era derrotado por um treinador iniciante, algo que não acontecia todos os dias, tendo em conta o seu nível de exigência.

 

            Os olhos de Kabu focavam-se no seu Pokémon, que permanecia inconsciente no chão. O cabelo grisalho do homem parecia brilhar, assim como o uniforme tradicional que usava. A sua t-shirt era vermelha e, por baixo, usava uma camisola preta, com padrão nas mangas. Os calções eram brancos e tinham desenhado o logótipo Fire-Type e o Número de Treinador de Kabu, 187. As suas pernas eram protegidas por meias grossas e encarnadas, da mesma cor das sapatilhas que calçava.

 


            O Líder de Ginásio olhou à sua volta, observando atentamente as reações das pessoas presentes. Mesmo depois de perder o combate, continuava a receber apoio dos seus admiradores, que aplaudiam incansavelmente. Na verdade, aquele era o reflexo de todo o seu esforço e trabalho durante anos a fio à frente do Motostoke Stadium. A sua reputação tornava-o num dos melhores Líderes de Ginásio que Galar alguma vez vira.

 

            O homem apoiou os seus joelhos no chão e inclinou-se na direção do Pokémon que, aos poucos, voltava a ganhar consciência. O seu corpo encarnado e amarelo pareciam representar várias chamas de fogo. Nas mãos, cinco presas afiadas permitiam que a criatura atacasse os seus adversários e, na ponta da sua cauda, uma chama ardia calmamente. Magmar abriu os olhos calmamente, encarando o seu treinador.

 


            - Foi um confronto bastante ardente. Agora é tempo de descansares. – murmurou, na sua voz grave, antes de retroceder o Pokémon para o interior da sua Ultra Ball.

 

            Do outro lado do recinto, um Impidimp saltitava vitorioso. Apesar do Pokémon estar visivelmente ferido e cansado, a criatura parecia não demonstrar o seu lado mais frágil. Afinal, o sentimento de felicidade, que sentia naquele momento, era muito mais forte.

 

            Logo atrás de si, Bede permanecia em silêncio. O treinador vitorioso continuava com uma expressão apática no rosto. Olhava em volta, observando com atenção o público que gritava e aplaudia. Entre aqueles que exclamavam o nome do Líder de Ginásio, o rapaz conseguia ouvir outros a gritar o seu próprio nome. Para ele, tudo aquilo era demasiado estranho e até mesmo um pouco desconfortável.

 

            - Ganhámos. – sussurrou, voltando o seu rosto para a figura de Impidimp que continuava a celebrar sozinho.

 

            - É verdade, rapaz. – Kabu levantava-se do chão e começava a caminhar na direção de Bede, parando alguns metros à sua frente. – Estás feliz?

 

            - Sim. – o rapaz respondeu vagamente.

 

            - Não parece. – confessou o homem, deixando escapar um pequeno riso. – O teu Pokémon parece celebrar por vocês os dois. Já tu, pareces não mostrar qualquer tipo de entusiasmo.

 

            - Não me sinto muito confortável com toda esta gente à minha volta. – admitiu.

 

            - Isso é normal. Com o tempo, irás habituar-te, certamente.

 

            - Talvez.

 

            - Mas diz-me, porque razão eu fui o Líder de Ginásio que desafiaste em primeiro lugar? Normalmente, Treinadores Pokémon iniciantes, como tu, aguardam algum tempo antes de virem até Motostoke.

 

            - Isso é bastante simples. – respondeu. – Motostoke foi a cidade onde cresci. Para mim, faria todo o sentido ser o primeiro Líder de Ginásio a enfrentar.

 

            - Gostaste de crescer aqui?

 

            - Na verdade, não. – respondeu prontamente.

 

            - Então, talvez seja por isso…

 

            - O quê?

 

            - Se queres tanto sair daqui, então faz sentido eu ser o primeiro Líder de Ginásio que enfrentas. Queres-te livrar desta cidade, de uma vez por todas.

 

            Bede calou-se. Por algum motivo, Kabu conseguira perceber as suas verdadeiras razões, unicamente através de uma curta conversa com ele. O rapaz questionava-se sobre como aquilo seria possível. Talvez ele estivesse a deixar transparecer mais os seus sentimentos do que aquilo que realmente pensava.

 

            - Seja como for, eu consegui, certo? Venci-o.

 

            - Conseguiste, sim. – reconheceu o homem. – Mas vais conseguir enfrentar os teus medos ou vais continuar a fugir deles?

 

            - Eu não tenho medo. – Bede respondeu de forma séria. Começava a irritar-se com o julgamento de Kabu. – Eu apenas quero sair daqui de uma vez por todas!

 

            - Muito bem. – o homem assentiu com a cabeça e levantou o seu braço, indicando ao árbitro que se aproximasse. O trabalhador do Motostoke Stadium segurava nas suas mãos uma pequena bandeja encarnada. – Mesmo através de um combate de um para um, tu e o teu Pokémon conseguiram vencer-me a mim e ao Magmar. Conseguiste, inclusivamente, controlar um Pokémon Dynamax. Isso prova que, de facto, vocês os dois, juntos, reúnem uma força bastante rara de se encontrar. Esse poder tão individual torna-vos merecedores deste objeto. – Kabu retirou da bandeja um pequeno crachá. – A Fire Badge é vossa.

 


            Bede esticou o seu braço e abriu a palma da mão, onde Kabu pousou a insígnia que esculpia uma chama flamejante. O rapaz permaneceu em silêncio a observar aquele pequeno objeto de grande significado. Impidimp aproximou-se do seu treinador e saltou no ar, apanhando a Fire Badge com a sua língua, começando a brincar com o objeto.

 

            - Ele faz isto muitas vezes? – questionou Kabu, observando atentamente o comportamento da criatura.

 

            - Completamente. É só mais um dia normal na companhia do Impidimp. – brincou o jovem, recebendo a atenção do Pokémon que lhe voltou a entregar o crachá.

 

            - Vocês confiam um no outro. – apontou o Líder de Ginásio. – Isso é muito importante. Mais uma vez, o Rose conseguiu encontrar um jovem treinador bastante especial.

 

            - O que é que isso significa?

 

            - O Leon era um jovem com uma energia contagiante e rara. Tu não tens essa energia, mas tens outra coisa qualquer que eu ainda não consegui decifrar. Mas parece que o Rose percebeu isso primeiro do que qualquer outra pessoa. – disse esboçando um sorriso. – Estou curioso para observar o teu percurso no Gym Challenge. Tenho a certeza que chegarás à Pokémon League num piscar de olhos.

 

            - Obrigado, senhor. – Bede esboçou um pequeno sorriso. Era a primeira vez que ele demonstrava algum tipo de felicidade desde que ali chegara. – Vou dar o meu melhor.

 

• • •

 

            Marnie caminhava calmamente pela Route 3. Morpeko acompanhava a treinadora, pousado no seu ombro, enquanto a rapariga, distraída da realidade à sua volta, conversava animadamente para o Rotom Phone. No ecrã do diapositivo, o rosto de Piers podia ser visto.

 

            - Foi assustador. – afirmou, recordando-se do evento da noite anterior. – Ainda bem que o Leon apareceu para salvar toda a gente.

 

            - Havia imensas pessoas para vos salvar daqueles dois idiotas. – respondeu o homem do outro lado. – Eles sabiam que não teriam sucesso, só queriam, de facto, assustar os presentes.

 

            - Talvez tenhas razão… - pensou.

 

            - Desculpa não ter tido oportunidade de estar contigo, mas estes eventos são sempre uma correria, tu sabes.

 

            - Não tem problema. – a menina sorriu. – Eu e os meus Pokémon estamos bem. Vamos agora a caminho do nosso primeiro desafio do Gym Challenge! – exclamou ansiosa.

 

            - Continuo a achar que é uma loucura fazeres uma jornada sozinha. Devias arranjar alguma companhia. – admitiu Piers.

 

            - Eu não estou sozinha, eu tenho sempre o Morpeko por perto! – riu, mostrando o Pokémon ao seu ombro, que acenou de forma sorridente como resposta. – Mudando de assunto, como estão as coisas por aí? Já recebeste algum desafio? E espetáculos da banda?

 

            - Não. Nada. – o homem respondeu prontamente. – A minha receção ontem não foi, de facto, das melhores.

 

            - Tenho a certeza que, em breve, serás desafiado por novos treinadores. Caso contrário, terás de esperar por mim. – disse, em tom de provocação.

 

            - Mal posso esperar para ver esse dia chegar, querida irmã. – o homem sorriu de forma sincera.

 

            Concentrada na ligação com o seu irmão mais velho e distraída do meio à sua volta, a rapariga surpreendeu-se quando começou a sentir um cheiro diferente do normal. Parou de caminhar e, pela primeira vez, afastou o seu olhar do telemóvel, observando em volta. Entre alguns arbustos perto do local onde se encontrava, Marnie conseguiu detetar alguma agitação anormal.

 

            - Piers, eu ligo-te mais tarde. – murmurou, num tom de voz mais discreto.

 

            - Está tudo bem?

 

            - Sim, não te preocupes. – e desligou a ligação sem esperar pela resposta do outro lado.

 

            O seu olhar voltou-se para a figura de Morpeko, que também observava atentamente os arbustos ao longe.

 

            - Também viste aquilo, certo?

 

            O Electric-Type assentiu. A treinadora olhou em volta. Naquele momento, ninguém passava pelos trilhos da Route 3. Estava completamente sozinha. Conclui que, pela primeira vez, ela era responsável por si mesma e pelas suas próprias decisões. No fundo, aquele tipo de liberdade era o que ela desejava desde que saíra na sua jornada. Mas, naquela situação, não conseguia deixar de se sentir assustada ou com receio daquilo que pudesse encontrar atrás daqueles arbustos.

 

            Passo a passo, caminhou calmamente. O cheiro tóxico aumentava drasticamente à medida que se aproximava da vegetação. Naquela altura, já só estava afastada da verdura suspeita por pequenos metros. Um simples olhar foi o suficiente para que Morpeko percebesse a mensagem da sua treinadora. O pequeno Pokémon saltou no ar e disparou um Thunder Shock na direção dos arbustos, aterrando no chão de terra do local.

 

            Ouviu-se um guincho e, logo a seguir, a figura de um Pokémon apareceu por detrás do arbusto. O corpo da criatura era revestido por um grande pelo roxo e bege. O seu pequeno nariz era laranja, a mesma cor das marcas que contornavam os seus olhos e no seu focinho encontravam-se fios de bigodes bege. A criatura segurava-se em quatro patas e, ao fundo do seu corpo, uma cauda gigante abanava no ar.

 


            - Stunky, um Pokémon Poison-Type e Dark-Type. – disse o Rotom Phone que Marnie segurava. – Normalmente, lança um líquido com cheiro tóxico para afastar os seus inimigos, que os podem deixar, de facto, inconscientes.

 

            A criatura selvagem, depois de recuperar do ataque de Morpeko recompôs-se e observava naquele momento, em silêncio, a figura da treinadora que permanecia de pé à sua frente.

 

            - Deixa-me ver se percebo. Usaste o teu cheiro fedorento para nos tentar afastar, é isso? – a rapariga deixou escapar uma risada. – Que pena, teve o efeito completamente oposto. E agora vamos lutar! – exclamou, despertando a atenção de Morpeko. – Power Trip!

 

            Morpeko permaneceu no mesmo lugar por alguns momentos, reunindo a sua energia, aumentando o seu status de ataque. Só depois se lançou na direção do adversário que, por sua vez, conseguiu escapar graças à lentidão de Morpeko na execução da técnica. Stunky, no entanto, não perdeu tempo e contra-atacou com Scratch, atingindo o Electric-Type sem grande dificuldade.

 

            - Leer!

 

            Com um brilho nos olhos, Morpeko cruzou o olhar com Stunky, fazendo com que este tivesse o seu status de defesa diminuído. No entanto, as combinações de Marnie pareciam não afetar completamente a criatura selvagem, que disparou um Smokescreen no ar. Uma névoa de fumo invadiu o local, diminuindo o nível de observação e perícia dos dois Pokémon.

 

            - Mantem-te alerta, Morpeko… - pediu Marnie, observando em redor. – Ataca com Thunder Shock assim que o vires.

 

            Mesmo que Morpeko se esforçasse para manter o seu nível de concentração elevado, a criatura não conseguia antever as técnicas de Stunky. Várias esferas roxas de ácido foram lançadas ao ar, caindo na direção do rato elétrico. Graças às suas pequenas dimensões, o Pokémon de Marnie conseguiu esquivar-se do Acid Spray, na mesma altura em que o Smokescreen começava a desvanecer-se no local. Stunky permanecia intacto e pronto para continuar a batalha. Já Morpeko, seguindo as últimas indicações da sua treinadora, disparou um raio elétrico na direção do oponente, atingindo-o em cheio.

 

            - Power Trip de novo!

 

            Aproveitando o momento de fraqueza de Stunky, Morpeko precipitou-se na sua direção, atingindo o Poison-Type novamente. A criatura selvagem gemeu de dor. Apesar do rato ser pequeno, o seu poder parecia aumentar de dia para a dia.

 

            Marnie, impressionada com o combate, apressou-se a retirar da sua mala uma Poké Ball vazia, que arremessou na direção do corpo de Stunky. A criatura transformou-se numa luz brilhante que foi imediatamente sugada para o interior da esfera bicolor. A rapariga observou atentamente os movimentos da Poké Ball que, depois de três longas vibrações, conclui finalmente a captura.

 

            A treinadora correu para apanhar a esfera do chão, guardando-a no interior da sua mala. Não conseguia acreditar que tinha capturado um novo Pokémon, mais uma vez, com a ajuda de Morpeko. Marnie voltou o seu olhar para a figura do Electric-Type e surpreendeu-se ao encontrar o corpo do Pokémon caído no chão.

 

            - Morpeko? – chamou aflita, pegando no corpo da criatura e abanando-o nos seus braços.

 

            O pequeno rato estava ferido. Afinal, não tinha conseguido escapar totalmente do último ataque utilizado por Stunky e acabou por ficar envenenado com a técnica Poison-Type. A rapariga voltou a remexer a sua mala, procurando algum item que pudesse diminuir a dor do Pokémon naquele momento. Finalmente, acabou por encontrar uma baga rosa com algumas manchas mais claras. Era uma Pecha Berry, conhecida por curar Pokémon envenenados. A treinadora aproximou o alimento da boca do pequeno Pokémon que, calmamente, começou a trincá-lo.

 

            - Isso mesmo. – murmurou enquanto sorria. – Conseguimos mais uma vez, Morpeko. Encontrámos um novo amigo.

 

            O Pokémon abriu os olhos e observou a rapariga sorridente. O seu objetivo principal era fazer aquela jovem feliz. Não importava se, para isso, ele teria de ficar ferido pelo meio. Marnie estava satisfeita e orgulhosa por ter capturado um novo amigo. E isso era tudo o que ele queria. Apesar de continuar a sentir o veneno no interior do seu corpo, Morpeko sorriu de volta, sentindo a felicidade da sua treinadora no forte abraça que os dois selavam.


                  


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  1. E aí, Angie?

    E vamos para mais um capítulo focado nos personagens secundários. Bede conquistando a insígnia e ganhando uma análise psiquiátrica de graça. O que o Kabu disse faz muito sentido. O Bede está sendo o personagem dos mais novos que estou mais gostando até o momento, junto do Hop.
    E então temos a Marnie, ela tem muito potencial. Da mesma forma que ela respeita e quer homenagear o irmão usando o mesmo tipo, ela ainda quer fazer as coisas do jeito dela. Vamos ver como você trabalha com ela a partir daqui.
    E é isso, até mais, Angie!

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    1. Eu fico muito feliz por saber que estes momentos mais focados nos personagens secundários são entendidos pelo seu propósito específico - conhecê-los de forma singular.

      A verdade é que o trauma que Bede sente em relação à cidade de Motostoke remete para uma parte da sua vida e identidade que ele desconhece. Enfrentar os medos, como Kabu mencionou, será um dos desafios de Bede ao longo da sua jornada, ao mesmo tempo que se descobre a si mesmo e aos outros à sua volta.

      A Marnie tem uma personalidade doce, mas é importante criar algumas ambiguidades e diferenças com a sua base - neste caso, Piers, o seu irmão mais velho com quem ela partilha tanto carinho. Esta dualidade de opiniões relativamente ao fenómeno Dynamax é um ponto de partida interessante para a construção da personagem de Marnie. O que será mais importante para ela: abraçar os fenómenos oferecidos pelo mundo Pokémon ou seguir os ideais defendidos por Piers?

      Espero que continue a curtir a exploração dessas personagens que ainda vão dar muito que falar!

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  2. Bom, mais um otimo capitulo mais uma vez! Marnie e o Bede estão a ser personagens que estou gostando bastante, principalmente o Bede kkk

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    1. Confesso que adoro imenso trabalhar o desenvolvimento de Bede. É das personagens que me permite fazer coisas mais "fora da caixa" e que vai contra os restantes elementos da narrativa. É sempre bom existir um personagem irritante assim, não é? Fico feliz por estares a gostar dele e da Marnie também!

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