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- Capítulo 12
Era de manhã e o sol
brilhava no céu, iluminando o caminho da Route 3 aos três treinadores que
caminhavam enquanto conversavam de forma animada. Depois de permanecerem um dia
inteiro no Budew Drop Inn, a usufruir de todos os seus luxos, o grupo de
treinadores fazia-se novamente à estrada.
Naquele momento, o
vento soprava calmamente, fornecendo uma brisa agradável para os viajantes
daquela zona da região. Outros jovens também treinavam por ali, desafiando
outras crianças ou Pokémon selvagens que surgiam aleatoriamente.
- Fiquei impressionado
com o poder do Impidimp do Bede. – comentava Hop, enquanto caminhava.
- Eu não sei como é que
ele foi capaz de regressar ao Motostoke Stadium depois de tudo aquilo que
aconteceu… - murmurou Gloria.
- De qualquer maneira,
o combate e a determinação dele conseguiram influenciar-nos pela positiva,
certo? – pensou Victor. – Se não tivéssemos visto o seu combate contra o Kabu
ainda estaríamos no quarto daquele Pokémon Center a procrastinar.
- O facto de podermos
assistir a qualquer desafio do Gym Challenge através dos nossos Rotom Phones é
fantástico. – opinou o moreno.
- Isso não te deixa
nervoso? Se eu desafiasse o Kabu como o Bede fez, estaria nervosa com tanta
gente a ver-me. – pensou a rapariga.
- Na verdade, não
podias ficar nervosa porque as vagas para combater o Kabu já estavam todas
ocupadas para os próximos dias. – brincou o irmão. – Mas eu acho que, quando
estás em ação, tu próprio te esqueces daquilo que acontece à tua volta.
- Se eu seguir todas as
dicas do meu irmão, tenho a certeza que irei conseguir. – sorriu Hop. – Ele foi
um verdadeiro herói.
A Route 3 tinha lugar
no meio de várias montanhas do território de Galar. O solo era mais rochoso do
que o normal, no entanto ali continuavam a existir vários arbustos e árvores
floridas, que se faziam acompanhar por montinhos de erva, onde várias criaturas
selvagens se escondiam.
Ao subirem o trilho da
rota, o grupo de jovens deu de caras com um enorme edifício que se localizava
no meio dos vales e montanhas daquela zona. A estrutura
pintada em tons de roxo assemelhava-se a uma fábrica. As suas grandes chaminés
expulsavam um fumo branco que se dissipava no ar, poluindo a atmosfera. À sua
volta, o local era protegido por vários tipos de vedações para que Pokémon
selvagens ou Treinadores Pokémon não pudessem entrar no seu perímetro privado
sem a devida aprovação.
Os três amigos fizeram
uma pausa na sua caminhada, observando curiosamente o edifício.
- O que é aquilo? –
perguntou Gloria.
- Parece uma fábrica… -
disse Hop intrigado.
- É a Mineral Factory.
– Victor já estava com o seu Rotom Phone nas mãos, lendo a informação que
conseguira descobrir em rápidos segundos. – É uma
fábrica, administrada por… Rose! – exclamou surpreendido. – Esta fábrica é
responsável por transformar os minerais, extraídos na Galar Mine, em energia.
- O que é que isso
significa sequer? – questionou a rapariga confusa.
- Para além do Rose ser
o Presidente da Pokémon League, ele também é o responsável por fornecer energia
a toda a região de Galar. – concluiu o gémeo pensativo.
- Isso é tão fixe! –
exclamou o outro. – O Rose é ainda mais importante do que eu pensava. – dizia
enquanto continuava a observar o edifício com atenção.
- Isso mesmo. –
concordou Victor. – Ele é brilhante.
- Como será possível
ser-se assim tão importante?
- É preciso muito
empenho. E muito trabalho.
Enquanto os dois
rapazes refletiam no poderio que estava à frente dos seus olhos, Gloria
deixava-se impressionar por algo completamente diferente. Os olhos da rapariga
observavam uma pequena criatura que parecia flutuar com a brisa do vento. A treinadora
gargalhava de felicidade ao mesmo tempo que observava a pequena flor voar pelo
ar. A criatura rodopiava o seu corpo pelas brisas do vento, enquanto cantarolava
uma melodia apaixonante.
Victor e Hop
viraram-se, encontrando a rapariga a perseguir um pequeno Pokémon que se
assemelhava a uma planta. Na cabeça, uma flor amarela cobria a maior parte do
seu corpo, enquanto a outra metade era coberta por um caule verde. Nas suas
costas, uma espécie de cabelo encarnado movimentava-se enquanto a criatura
flutuava no ar.
- Gossifleur, um
Pokémon Grass-Type. – dizia o Pokédex de Gloria, que ela apontava na
direção da pequena flor. – Este Pokémon gira ao som do vento, enquanto canta
uma melodia encantadora. Também consegue conectar-se ao solo da terra, através
do seu caule, aquecendo-se ao sol e fazendo com que as suas pétalas floresçam
de forma brilhante.
- Encontraste um novo
amigo? – perguntou Victor.
- Acho que sim… -
respondeu a rapariga, colocando a mão dentro da sua bolsa. – Vou capturá-lo!
A Poké Ball lançada por
Gloria atingiu o corpo de Gossifleur, no entanto, a Pokémon recusou a tentativa
de captura, arremessando o objeto de volta para a figura da treinadora, que
apanhou a esfera com um ar surpreendido.
- Pensava que também gostavas
de mim…
- Ele quer combater! –
exclamou Hop, observando a pose desafiadora de Gossifleur.
- Não vais ceder assim
tão facilmente, é isso? Muito bem! – Gloria lançou uma Poké Ball ao chão,
revelando a figura de Scorbunny, pronto para lutar. – Ataca!
O coelho saiu disparado
na direção de Gossifleur, saltando no ar e atingindo o seu adversário com Quick
Attack. Apesar de atingindo, Gossifleur manteve-se no ar e aproveitou a
proximidade do Fire-Type, contra-atacou com Rapid Spin. A flor
rodopiou o seu corpo contra o coelho, fazendo-o cair no chão de terra.
- É mais forte do que
parece. – reconheceu Victor.
- É por isso que o vou
capturar. Ember!
Scorbunny começou a
correr às voltas enquanto aquecia as suas duas patas. Quando as chamas já
estavam prontas, saltou novamente no ar, no entanto, o Grass-Type já
estava pronto para se defender. Várias folhas movimentavam-se à volta do seu
corpo, servindo como barreira contra Scorbunny. Leafage era a técnica
usada por Gossifleur, que logo se dirigiu na direção do Pokémon Inicial de
Gloria.
- Protege-te do ataque
com Ember!
Recorrendo à técnica
previamente preparada, Scorbunny usou as suas patas flamejantes para cancelar o
efeito das folhas de Gossifleur, que caíram no chão queimadas. O Pokémon
selvagem, no entanto, continuava a rodopiar no ar, mostrando que permanecia,
aparentemente, intacto.
- Scorbunny, temos de
ser mais rápidos. O Gossifleur consegue movimentar-se através do ar, portanto
temos de o trazer cá para baixo! Derruba-o com Tackle.
Sem perder tempo, o Fire-Type
lançou-se na direção da pequena flor que não teve tempo para preparar qualquer
tipo de defesa. O corpo de Gossifleur fora derrubado, e o Pokémon selvagem caiu
no chão, ficando frente a frente com Scorbunny.
- Ember,
depressa!
Aproveitando o
aquecimento feito nos turnos anteriores, o coelho branco correu na direção do
adversário, pontapeando-o com as suas patas flamejantes. Gossifleur não
resistiu e caiu para trás, sentindo as pétalas da sua flor começarem a
queimar-se.
- És meu! – exclamou a
treinadora, lançando novamente a Pokébola contra o corpo da criatura.
Gossifleur
transformou-se num raio de luz que foi transferido para o interior da cápsula
esférica. Depois de várias vibrações, a captura estava finalmente concluída.
Gloria saltou de alegria, acompanhada por Scorbunny. Os dois aproximaram-se da
Poké Ball e sorriram na sua direção.
- Foi um belo
adversário, não concordas companheiro? – falou, recebendo um sorriso do Pokémon
Inicial. – Agora, é o nosso novo amigo!
- Quem diria que um
Pokémon tão pequeno seria um adversário tão forte? – questionou Hop.
- Não podes julgar os
Pokémon, apenas, pelo que eles aparentam ser. – argumentou a treinadora.
- Tens razão. –
concordou o irmão. – O que mais me impressionou foi a técnica que usaste para o
vencer. No solo, o Gossifleur perdeu toda a sua velocidade.
- O vento é a
ferramenta que ele utiliza para se mover mais depressa. Apenas estive atenta às
informações que o Pokédex me deu e que se verificaram, de facto, realidade. –
explicou.
- Muito bem. – Victor
sorriu orgulhoso.
- Pessoal, aquilo é o
que eu estou a pensar?
Os dois irmãos
voltaram-se para o local para onde Hop apontava. No meio da montanha à frente
do grupo, as rochas abriam entrada para o seu interior.
- É a entrada da Galar
Mine. – confirmou Victor, verificando o seu mapa no Rotom Phone.
- Uma caverna? –
refletiu Gloria. – Que tipo de criaturas há ali dentro?! – exclamou, com alguma
hesitação na sua voz.
- É isso que vamos
descobrir! – gritou Hop, começando a correr pela rota, na direção da entrada da
gruta.
• • •
Galar Mine localizava-se no
interior da montanha entre as Route 3 e Route 4. Aquele local era conhecido
pelo volumoso trabalho de extração mineira que os vários trabalhadores da
Mineral Factory realizavam diariamente. Minerais de todos os tamanhos, formatos
e cores podiam ser ali encontrados, com grandes valores monetários e
económicos. Na fábrica direcionada por Rose, os minerais eram transformados em
energia que, mais tarde, era utilizada para servir todas as cidades, aldeias e
habitantes da região.
Victor, Gloria e Hop atravessavam um pequeno corredor,
mal iluminado e coberto de rochas, que dava acesso a uma enorme sala da
caverna. Aquele lugar era ocupado por vários materiais de extração mineira.
Entre eles, podiam ser encontrados carros de mão, alguns vazios e outros cheios
de rochas, caixas de madeira com vários utensílios, como pás ou escavadoras,
pinocos de sinalização e baldes e barris com terra no seu interior. As paredes
daquela divisão eram cobertas de rochas e vários minerais que reluziam fortemente.
Para além das rochas brilhantes, existiam vários cadeeiros fixados ao longo das
paredes, que iluminavam o caminho de ferro da Galar Mine.
Gloria observava o
local à sua volta com a máxima atenção. A rapariga aproximou-se da parede,
observando com mais detalhes os vários minerais coloridos que ali existiam.
Aquelas pequenas rochas pareciam estar presas no meio das outras maiores.
- Parece impossível
extraí-las das paredes… - murmurou a treinadora com curiosidade.
- Eles devem usar
máquinas especiais. – pensou Hop, que caminhava atrás dela.
- Alguns Pokémon também
são utilizados neste tipo de trabalhos. – explicou Victor, observando todo o
material espalhado pelo local. – O que é aquilo?
Os olhos do rapaz
pousaram sobre uma criatura que permanecia caída no meio de algumas caixas de
madeira. O treinador apressou-se a ajudar o Pokémon, aproximando-se dele.
Gloria e Hop auxiliaram o amigo, pousando o corpo da criatura sobre o chão da
caverna.
O Pokémon bípede e de
corpo cinzento possuía várias saliências bulbosas cor de rosa por todo o seu
corpo. Apesar de inconsciente, continuava a segurar nas suas mãos um pedaço de
madeira.
Victor observou o corpo
da criatura desmaiada com atenção. Estranhamente, o Pokémon não apresentava
nenhum dano físico. Mas, por alguma razão, parecia cansado.
-
Timburr, um Pokémon Fighting-Type. – disse o Pokédex do treinador. –
Adora ajudar os humanos em projetos de construção. É sempre visto a segurar
algum tronco nas suas mãos, até mesmo se for maior do que ele.
A
voz robótica do Rotom Phone ecoou por todo o local. O corpo de Timburr
estremeceu e o Pokémon começou a acordar lentamente. Quando abriu os olhos,
descobriu que três treinadores o observavam em silêncio. Assustou-se com a
presença dos desconhecidos e, num reflexo, saltou para trás, colocando-se de pé
sobre o chão de terra da caverna, com o seu tronco de madeira em mão. A
criatura parecia assustada e confusa com toda a situação.
-
Calma… - murmurou Victor num tom de voz baixo. – Nós só te queremos ajudar.
Encontramos-te inconsciente no meio de umas caixas. – explicou, apontando para
os objetos.
Timburr
voltou-se para os instrumentos de madeira com várias rochas no seu interior. O
Pokémon permaneceu em silêncio, pensativo. Era como se estivesse a recuperar a
memória que perdera por alguns momentos.
-
Estás bem? Alguém te magoou? – perguntava Gloria.
O
Pokémon apontou para as rochas no interior da caixa de madeira enquanto soltava
vários grunhidos. Depois, correu até uma das paredes do local, começando a
bater com o seu ramo de madeira nos vários rochedos. O trio observava-o
confuso.
-
O que é que ele está a fazer? – soltou Hop.
-
Não consigo perceber. – murmurou a jovem.
Victor
permanecia em silêncio, observando atentamente todos os movimentos de Timburr.
A criatura apontava agora para um dos carros elétricos presente no local. Ao
lado, os caminhos de ferro tinham início.
-
Mimica! – exclamou o rapaz, recebendo a atenção dos outros. – O Timburr está a
falar connosco através do jogo da mimica.
-
O que é que aquilo significa então? – o moreno continuava confuso.
-
Primeiro, ele apontou para a caixa com as rochas, onde o encontramos
inconsciente. Depois, bateu com o tronco de madeira na parede. E agora está a
apontar para o carro elétrico e o caminho de ferro. – numerou o gémeo,
segurando o queixo com a mão.
-
Ele está a contar uma história? – atirou Gloria.
-
Os caminhos de ferro levam os carros elétricos com os materiais de extração
mineira. – Victor pensava em voz alta. – Extração mineira!
-
Como assim?
-
O Timburr deve ajudar na extração mineira da Galar Mine. – supôs o rapaz. – Se
ele está sozinho é porque algo aconteceu.
-
Alguém pode precisar de ajuda. – concluiu Hop.
-
É por isso que ele está a apontar para o caminho de ferro… - apontou Gloria.
-
Vamos seguir aquele caminho e descobrir o que se passa. – falou Victor. – Não
te preocupes Timburr. Nós vamos ajudar-te!
• • •
Timburr indicava o caminho ao grupo,
seguindo o trilho de ferro construído no local. Victor seguia logo atrás do
Pokémon, observando o seu redor com a máxima atenção. Gloria e Hop continuavam
mais atrás. Os dois deixavam-se deslumbrar facilmente pelos vários minerais
brilhantes que encontravam.
Alguns metros mais à frente, o
caminho de ferro chegara ao fim. Timburr parou bruscamente, olhando em volta.
Até ali, não havia nenhum sinal daquilo que a criatura procurava. Mais que
nunca, sentia-se perdido. Revoltado e desesperado, o Pokémon bateu com o tronco
de madeira no chão, soltando vários grunhidos de raiva. Logo a seguir, correu
até à rocha mais próxima, descarregando a sua raiva através da técnica Low
Kick, rachando o pedregulho cada vez mais até, finalmente, se partir ao
meio.
Victor, Gloria e Hop observavam o
Pokémon em silêncio. Nenhum deles conseguia perceber o que ele sentia. Mas
todos tinham a noção de que ele precisava de ajuda.
- Timburr, pára! Isso não vai
resolver nada. Só te vais magoar.
O gémeo mais novo aproximou-se do
Pokémon, que continuava a atacar a rocha, ignorando as palavras do rapaz.
Victor cerrou o seu punho. Não podia permitir que aquele Pokémon se continuasse
a comportar daquela maneira. Ele estava, claramente, em desespero. O treinador
não se conteve e inclinou o seu corpo, envolvendo a figura da criatura nos seus
braços. Por momentos, Timburr resistiu, atacando o jovem com pontapés e murros,
mas a persistência de Victor era mais forte e o Fighting-Type acabou por
ceder, deixando-se cair no colo do rapaz.
Os dois permaneceram ali durante
alguns minutos em silêncio. Gloria e Hop observavam-nos com admiração.
- Como é que ele fez aquilo? –
sussurrou Hop.
- Deve ter sido algum truque que leu
num dos seus livros. – Gloria encolheu os ombros, tentando esconder o orgulho
que sentia do irmão.
- Estás mais calmo? – Victor
perguntou, recebendo um aceno afirmativo de Timburr. – Há uma ponte ali à
frente. Vamos atravessá-la e ver se encontramos aquilo que procuras? – o
Pokémon assentiu novamente, permanecendo no colo do rapaz.
Victor levantou-se com a criatura em
seus braços e, acompanhado por Gloria e Hop, caminhou pela ponte de madeira
presente no local. Dali, conseguiam ver um piso inferior da Galar Mine,
igualmente iluminado por minerais de variadas cores, onde vários mineiros
trabalhavam sem parar. Mais a cima, o teto da caverna era constituído por
manchas coloridas que reluziam sem vergonha. Aquela era, provavelmente, a zona
mais rica em minerais de toda a gruta.
Já do outro lado da ponte, o trio
continuou a caminhar calmamente. Também ali existia um trilho de caminhos de
ferro. No entanto, outra coisa parecia captar a atenção de Timburr, que saltou
dos braços de Victor, pousando no chão. A criatura fez sinal para que houvesse
silêncio no local.
Ao longe, era possível ouvir-se
vários grunhidos abafados. Alguém parecia estar em apuros. E Timburr sabia quem
era. Sem perder mais nenhum segundo, o Pokémon começou a correr na direção dos
sons que ouvia. Os três treinadores correram atrás da criatura, tentando
acompanhar o seu ritmo.
O Fighting-Type adentrou numa
das salas da caverna. Lá dentro, três Pokémon lutavam para se manter de pé,
enfrentando um único inimigo em comum. Timburr lançou um grunhido ao
reencontrar, finalmente, os seus companheiros.
Um dos Pokémon aparecia diretamente
do subsolo, deixando à vista apenas a sua cabeça castanha. Tinha pequenos olhos
e um nariz redondo e rosa.
- Diglett, um Pokémon Ground-Type.
– disse o Pokédex de Gloria. – Os solos onde este Pokémon escava são ricos em
vitaminas para plantação.
Ao seu lado, uma criatura com um
corpo pequeno e largo movimentava as suas garras no ar. O corpo do Pokémon era
escuro, com várias listras azuis, e o seu focinho era branco e pontiagudo, com
um nariz avermelhado.
- Drilbur, um Pokémon Ground-Type.
– falou o Rotom Phone de Hop. – Usa as suas garras rodopiantes para atacar os
seus adversários ou escavar no solo.
O terceiro elemento do grupo era uma
criatura negra, com um corpo de carvão e um único olho encarnado. Na parte
inferior da sua figura, uma roda era usada para se movimentar.
- Rolycoly, um Pokémon Rock-Type.
– desta vez, era o aparelho de Victor que ecoava pelo local. – Esta criatura
sustenta-se através do carvão que queima no interior do seu corpo. Consegue
movimentar-se até mesmo nos terrenos mais rochosos.
- Estes são os teus amigos? –
perguntou o gémeo.
Timburr colocou-se ao lado dos três,
assentindo com a sua cabeça. Os seus amigos, no entanto, apresentavam feridas
por todo o seu corpo. O responsável por todo aquele incidente parecia a
criatura que se apresentava à frente do grupo.
Era um Pokémon esférico, com um
corpo de rocha colorida. O centro do seu corpo era formado por uma figura
hexagonal e amarela. No interior das suas rochas, a criatura mantinha um núcleo
de energia que fazia com que o seu corpo fosse extremamente duro.
- Roggenrola, um Pokémon Rock-Type.
– anunciou o Pokédex do moreno. – Esta criatura movimenta-se através das ondas
sonoras que consegue captar através da sua energia. Por se assemelhar tanto a
uma rocha, vários humanos e Pokémon confundem-no com uma.
Victor observou o local com atenção.
Várias rochas estavam caídas junto de caixas de madeira, ao lado das paredes da
sala. Ali também existiam algumas pás e escavadoras, elementos utilizados na
extração mineira.
- É isso! – exclamou. – O Timburr e
os seus amigos devem ter confundido o Roggenrola com uma rocha normal. Como
resposta, ele atacou-os. O Timburr conseguiu fugir, e veio pedir ajuda para nós
salvarmos os seus amigos.
- Talvez… - concordou Gloria ainda surpreendida
com toda a situação.
- Ouviste, Roggenrola? – chamou Hop.
– Foi tudo um mal-entendido. Estes Pokémon não te queriam fazer mal.
No entanto, o pequeno Pokémon
ignorou os treinadores, arremessando uma onda de areia na direção do grupo de
criaturas à sua frente. Apesar de Sand Attack não causar nenhum dano
físico, a atmosfera no local alterou-se.
- Precisamos de os ajudar! – falou o
gémeo.
- Tirem-nos daqui. – disse o moreno,
com uma Poké Ball na mão. – Eu lidarei com este Roggenrola.
Os dois irmãos assentiram e, em
conjunto, apressaram-se a retirar os quatro Pokémon feridos daquela divisão da
gruta, voltando para o trilho principal da Galar Mine, abrigado pela luz dos
vários minerais. Em conjunto, os dois usaram várias Berries para recuperar a
energia das criaturas selvagens.
Ainda no interior da divisão,
Grookey preparava-se para enfrentar um novo adversário. Enquanto Roggenrola atacava
com Tackle, o macaco de erva esquivava-se, usando a nova técnica Taunt,
impedido o seu adversário de usar movimentos que não fossem de ataque.
- Vamos ensiná-lo a meter-se com
adversários do seu nível! – exclamava o treinador. – Grookey, usa Branch
Poke!
O Grass-Type correu na
direção do adversário, atingindo-o com o seu ramo de madeira. Por ser uma
técnica super efetiva contra o Rock-Type, a pequena criatura caiu, pela
primeira vez, no chão. Hop observou o Pokémon com atenção. Mesmo que estivesse
mais fraco, continuava a sentir o ódio descontrolado no corpo daquela pequena
criatura.
Roggenrola voltou-se a levantar,
lançando um jato de lama na direção de Grookey. Apesar de Mud-Slap não criar
danos significativos no macaco, a técnica diminuía a sua perícia.
- Scratch!
Grookey tentou livrar-se da lama
sobre o seu corpo, no entanto, Roggenrola fora mais rápido, esquivando-se ao
ataque do adversário e voltando a atacar com Tackle. Apesar do movimento
simples, o peso do corpo do Rock-Type começava a complicar o desempenho
do Pokémon de Hop.
- Aproveita que ele está próximo e
usa Razor Leaf!
O macaco assentiu. Várias folhas
afiadas apareceram à volta do seu corpo, que logo a seguir foram lançadas
contra a figura de Roggenrola, que, posteriormente, foi projetado contra a
parede da gruta. O Pokémon caiu fraco no chão.
Hop sorriu e caminhou calmamente até
ao corpo da criatura.
- És muito forte, sabias? Talvez
seja por isso que te aches no direito de desafiar qualquer adversário que
encontras. – falava, enquanto retirava uma Poké Ball da sua mochila. – Quero
que me acompanhes na minha viagem. Vamos treinar juntos e ver até onde chega o
teu poder.
O rapaz lançou a esfera contra o
corpo de Roggenrola, que se transformou numa luz brilhante. Depois de cair no
chão, a Poké Ball vibrou apenas duas vezes. Roggenrola cedera finalmente.
- Quem diria? – Gloria voltava a
entrar no local, batendo as palmas das mãos uma na outra.
- Acredito que ele tenha potencial.
– respondeu Hop, voltando-se para Grookey. – Obrigado.
O macaco sorriu e, antes mesmo de
voltar a bater com o ramo de madeira na cabeça do treinador, Hop voltara a
colocá-lo no interior da Poké Ball.
• • •
Como forma de agradecimento pela
ajuda prestada, Timburr e os seus amigos acompanharam os jovens treinadores até
à saída da Galar Mine.
- Agora que o Roggenrola já não vos
pode voltar a atacar, o nosso trabalho por aqui está feito. – sorriu Victor. –
Fomos uma equipa de resgate por um dia! – brincou.
- Foi um gosto conhecer-vos a todos!
– exclamou Gloria.
- Tenham cuidado com as vossas
extrações mineiras a partir de agora! – riu Hop.
Quando os três treinadores se
preparavam para deixar para trás a caverna recheada de minerais, os grunhidos
de Timburr voltaram-se a ouvir. Victor virou-se de imediato, encontrando o Fighting-Type
a seus pés. O Pokémon sorria na sua direção, como nunca fizera anteriormente. O
rapaz observou-o confuso.
- O que se passa? – perguntou.
- Ele está a sorrir. – apontou a
gémea.
- Victor, eu acho que ele quer ir
contigo… - murmurou Hop.
O gémeo corou ligeiramente,
esboçando um fraco sorriso. Baixou-se, ficando da mesma altura que o Pokémon,
que continuava a sorrir como nunca. O treinador passou a sua mão pela cabeça do
Pokémon, de forma amigável.
- É verdade? – perguntou, recebendo
um aceno positivo por parte do Pokémon. – Sendo assim... – ele disse, remexendo
na sua mala. – Queres entrar nesta Poké Ball?
O rapaz estendeu a palma da sua mão,
que segurava uma esfera bicolor vazia. Timburr sorriu. Pela primeira vez,
sentia que podia deixar de tomar conta dele e dos seus colegas de extração
mineira, para que, finalmente, um Treinador Pokémon pudesse ser responsável por
ele mesmo.
O Pokémon voltou-se uma última vez
para trás, acenando aos seus amigos. Diglett, Drilbur e Rolycoly observavam-no
com atenção, esboçando sorrisos de emoção. Os tempos de trabalho árduo chegavam
ao fim para Timburr. Agora, era altura de seguir numa viagem onde se iria
descobrir a ele mesmo.
A criatura voltou-se para a frente e
encarou a Poké Ball na mão de Victor. Com a ajuda do seu tronco de madeira,
premiu o botão no centro da esfera, que se abriu e sugou o corpo da criatura
para o seu interior.
• • •
O céu alaranjado começava a
escurecer cada vez mais. Faltavam poucos minutos para a noite cair, mas Victor,
Gloria e Hop continuavam a caminhar pela Route 4. O local era composto por uma curta rota rodeada por várias planícies de erva
amarelada, onde diferentes Pokémon selvagens habitavam calmamente. Ali também
existiam algumas árvores e arbustos onde várias espécies de Berries nasciam.
Alguns treinadores começavam a montar
os seus acampamentos pelos terrenos descampados do local, mas para os três
treinadores não havia tempo a perder. Todos desejavam chegar ao seu próximo
destino o mais rápido possível.
Naquele momento, no entanto, Gloria
e Blipbug enfrentavam um Pokémon selvagem que se intrometera no caminho do
grupo.
A criatura cintilava no ar,
flutuando de um lado para o outro. A parte inferior do seu corpo assemelhava-se
a uma abóbora com pernas, onde existiam dois orifícios que expulsavam uma luz
laranja. A parte superior era composta pelo corpo negro e sombrio do Pokémon.
Tinha dois olhos amarelos e pequenas mandíbulas da mesma cor, que se faziam
acompanhar pelas suas orelhas pontiagudas.
- Pumpkaboo, um Pokémon Ghost-Type
e Grass-Type. – falou o Pokédex da treinadora. – Os espíritos que
esta criatura captura são armazenados no interior seu corpo. A luz que emite
consegue hipnotizar e controlar qualquer pessoa ou Pokémon.
- Não olhem para a luz dele! –
exclamou Victor.
- Nós vamos ter cuidado. – Gloria
assentiu. Blipbug, à sua frente, preparava-se para iniciar o combate. – Struggle
Bug!
A esfera de energia lançada por
Blipbug não fora suficientemente rápida para atingir o seu adversário. Este,
por sua vez, lançou um Razor Leaf na direção da pequena lagarta. Apesar
de não ser uma técnica forte contra o Bug-Type, a criatura sofreu alguns
danos pelo forte impacto do ataque.
- De novo! – ordenou a treinadora.
Mais uma vez, Blipbug reuniu toda a
sua energia, disparando-a em forma de esfera na direção de Pumpkaboo que, se esquivara
novamente, desta vez usando a técnica Shadow Sneak e lançando a figura
de Blipbug para o meio da vegetação amarela.
- Blipbug?! – chamou a treinadora. –
Vá lá, não desistas! Eu sei que tu consegues!
No meio das ervas da planície, a
pequena lagarta permanecia caída. O Pokémon gemia baixinho, sentindo o seu
corpo doer cada vez mais, graças a todos os ataques usados por Pumpkaboo. Por alguma
razão, Blipbug não conseguia tomar controlo da situação e vencer o adversário.
Mas, no fundo, a lagarta acreditava nas palavras da sua treinadora. Ela era
capaz de vencer aquela disputa. A única coisa que ela tinha de fazer era, de
facto, encontrar a força dentro de si.
Um raio de luz iluminou todo o corpo
de Blipbug. Num intervalo de poucos segundos, o seu corpo começou a aumentar de
tamanho e a fisionomia da criatura alterou-se por completo.
O corpo do Pokémon era agora
redondo, em formato de concha, formado por vários triângulos amarelos e
círculos azulados. Todos eles brilhavam intensamente. O rosto do Pokémon era
laranja e os seus olhos azuis. Em cada uma das suas bochechas, dois bigodes
funcionavam como antenas, usadas para captar informação à sua volta.
Gloria, surpreendida com aquele
acontecimento, apressou-se a apontar o seu Rotom Phone na direção do novo
Pokémon.
- Dottler, um Pokémon Bug-Type e Psychic-Type.
Mexe-se
raramente, no entanto, continua vivo. Preso no interior da sua concha, o
Pokémon desenvolveu capacidades psicológicas para se comunicar e interagir com
o exterior. – explicou o aparelho.
- Uau! – exclamou a treinadora. –
Dottler, agora sim, estás mais forte!
A criatura arrastou o seu corpo para
fora da vegetação, mostrando a todos os presentes que continuava saudável para
continuar com aquela disputa.
- O Blipbug evoluiu. – murmurou
Victor, estupefacto. – Impressionante.
- Ele deve conhecer novos ataques
agora! – apontou Hop curioso.
- Tens razão… - a rapariga murmurou,
enquanto consultava as informações no Pokédex. – Dottler, usa Confusion.
O Pokémon não saiu do seu lugar.
Apenas os seus olhos vibraram e foram iluminados pela cor rosa, atingindo
Pumpkaboo com várias vibrações psíquicas. No entanto, a criatura selvagem não
se deixava ficar para trás. Outro Razor Leaf saía disparado na direção
de Dottler, que se protegeu com Reflect, diminuindo para metade o efeito
daquela técnica.
- Muito bem! – exclamou Victor
surpreendido.
- Vamos terminar! Confusion
mais uma vez! Desta vez, atira o Pumpkaboo para bem longe!
As ordens de Gloria eram executadas
por Dottler sem dificuldade. Era difícil escapar aos poderes psíquicos da
criatura. Enquanto os seus olhos brilhavam, o Pokémon mantinha controlo total
sobre o corpo de Pumpkaboo. O adversário remexeu-se no ar durante alguns
segundos e, finalmente, o seu corpo foi lançando contra vários arbustos, alguns
metros afastados daquela zona.
- Incrível! – celebrou a treinadora.
- Isso foi fantástico. – parabenizou
o gémeo, sorrindo. – O Blipbug evolui a um nível bem prematuro, mas, desta vez,
veio mesmo a calhar.
- Estamos mais fortes. – afirmou a
jovem, orgulhosa.
- Desculpem interromper a
celebração, mas não seria melhor sairmos daqui o mais depressa possível antes
que aquele Pumpkaboo regresse com os seus amigos assombrados? – Hop
aproximou-se dos dois.
- Desde quando é que tens medo de
fantasmas? – provocou Gloria.
- Eu não tenho!
- Não é isso que parece!
- Vá lá, pessoal! Turffield é mesmo
ali à frente! Temos um Líder de Ginásio à nossa espera! – falou Victor. Os
outros dois assentiram e calaram-se, antes mesmo de poderem continuar mais uma
discussão inútil.
O gémeo permaneceu imóvel e em
silencio, observando as luzes da cidade adormecida à sua frente. Depois de
retroceder Dottler para o interior da sua Poké Ball, Gloria sentia-se ainda
mais pronta para enfrentar o seu primeiro desafio do Gym Challenge. Por sua
vez, Hop estava cada vez mais ansioso para poder testar o verdadeiro poder dos
seus Pokémon contra um Líder de Ginásio.
Depois de um dia de viagem em cheio,
os três voltaram a dar início à sua caminhada, desta vez, com o destino mesmo à
frente dos seus olhos.
Oiii Angie!!!
ReplyDeleteCerto, é o time dos nossos heróis continua crescendo. Toda vez que aparece um monstrinho novo eu tento acertar quem é apenas pela descrição, mas esses de Galar raramente acerto, tem vezes que nem conhecia o pokemon. Tô bem desatualizado na franquia.
Mas voltando ao capítulo, eu jurei que o Timbur estava sendo escravizado, mas é normal eles ajudarem os humanos assim como diz a pokedex ali.
E eles estão chegando na cidade do primeiro Gym. Por enquanto eles todos tem o mesmo objetivo de competir no ginásios, me pergunto se isso vai mudar e apenas um ou dois vão participar. Se forem os três ainda eu chuto que talvez role uma batalha em trio.
Mas é ver para... ver. Até o próximo capítulo!
Alefu, bora explorar as cavernas de Galar!
DeleteEu confesso que esse capítulo teve exploração de muitos (talvez até demasiados) locais do mapa, mas a verdade é que com tantos núcleos diferentes por explorar, a história tem de avançar de alguma forma, o que resulta em alguns capítulos um pouco mais longos.
Acho muito interessante esse jogo de adivinha através da descrição dos Pokémon! Normalmente, esse é um ponto onde eu tento ter muita atenção para não meter o pé na poça e agora saber que o Alefu faz esse jogo, terei em conta durante a escrita da nova temporada, com certeza.
Em Galar existe uma coisa chamada Poké Jobs, onde pode pegar determinados Pokémon e enviar para fazer algum trabalho. Aí ganha algumas recompensas, de acordo com a tarefa realizada. Penso que toco nesse tema num dos capítulos após o Gym de Hulbury. Portanto, tecnicamente, em Galar não existe escravatura Pokémon. Mas #TodosOsPokémonMerecemDireitos
Sim, é verdade. O trio protagonista continua com o mesmo objetivo em mente. Será que isso continuará assim por muito tempo?
Pokémon de cada um ficando mais fortes e novas capturas, que orgulho destes meninos
ReplyDeleteEste capítulo decidi fazer um upgrade na equipa de todos antes do desafio em Turffield. Espero que estejas a gostar de acompanhar o crescimento dos três protagonistas!
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