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- Álbum: don't smile at me
Posted by : angie
Jun 29, 2019
Nascida
a 18 de dezembro de 2001, Billie Eilish cresceu numa família de artistas,
fazendo com que, a 9 de agosto de 2017, com apenas 16 anos, a jovem lançasse o
seu EP de estreia, “don’t smile at me”, através da Interscope Records. Este
projeto foi totalmente produzido com a ajuda do seu irmão, Finneas O’Connell.
1. COPYCAT
“don’t
smile at me” tem um início sombrio e um tanto assustador. “COPYCAT” fala das
pessoas “falsas”, que não conseguem ser elas mesmas por tentarem ser quem não
são, de maneira a apresentarem uma personalidade mais aceitável para os outros
à sua volta.
A
nível lírico, a primeira faixa do EP apresenta versos bastante honestos, como “All you say are all the same things I did”,
criando a imagem de um clone da artista, que, no fundo, se apodera da sua personalidade
e finge ser alguém que não é realmente. Mais tarde, “You’re italic, I’m in bold” é uma metáfora que compara o clone de
Billie com a Billie original. Enquanto o texto em itálico é inclinado e ocupa
menos espaço, o texto a negrito chama mais atenção por ser, de uma certa maneira,
maior e, sucessivamente, ocupar mais espaço. Desta maneira, Billie afirma que o
seu clone ou as pessoas que a tentam imitar nunca serão tão fortes como ela.
O
objetivo desta música é fazer com que as pessoas deixem de ser quem não são,
que deixem de ser um “clone” de alguém e passem a ser elas mesmas.
Nota: ⭐⭐⭐⭐
2. idontwannabeyouanymore
A segunda
música do EP representa as inseguranças, a falta de confiança e a baixa
autoestima de Billie Eilish. No fundo, é o completo oposto da música anterior.
Billie
é, desde sempre, bastante ativa na questão da saúde mental. A artista afirmou
ser vítima de alguns episódios de depressão e ataques de ansiedade ao longo da
sua vida que, no fundo, a fazem questionar de si mesma e da sua própria pessoa.
Nos
primeiros versos da faixa, percebemos que Billie está a ter uma conversa com
alguém, no entanto, este alguém é ela mesma. “I just wish you could feel what you say” representa a personagem
que Billie interpreta para os outros, sendo que, ela mesma não sente aquilo que
realmente afirma. “Only you know the way
that I break” demonstra que apenas a própria pessoa sabe como ela mesmo se
sente. Ainda que outra pessoa explique a alguém os seus sentimentos, a outra
não os pode sentir e, para além disso, podem nem sequer ser verdadeiros.
No
refrão, “If teardrops could be bottled,
there’d be swimming pools filled by models”, Billie e Finneas abordam uma
questão bastante importante. Apesar de os modelos serem um ícone e uma
inspiração para muitas pessoas, muitos deles são infelizes. Alguns são ditos
que devem perder mais peso e muitos outros sofrem de problemas mentais. No
fundo, mesmo estando no “topo”, nunca ninguém é realmente perfeito.
Por
último, “Tell the mirror what you know
she’s heard before, I don’t wanna be you anymore” é a ideia principal desta
faixa e também do seu videoclip, onde Billie se olha no espelho enquanto canta
os versos desta balada. No fundo, Billie está cansada dela mesma e dos seus
sentimentos. Numa entrevista, a artista afirmou “Eu nunca disse nada mais
verdadeiro do que isto. Tu és sempre tu, para sempre. Isso é assustador.”
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐
3. my boy
“my
boy” é a terceira faixa do EP e é também a mais curta de todas. A música aborda
um relacionamento falhado, com um rapaz, que mentia constantemente à artista.
Logo
no início “My boy's being sus, he was
shady enough, but now he's just a shadow” Billie explica, através de um
jogo de palavras, que o rapaz era tão suspeito (“shady”) que, eventualmente se
tornou numa mera sombra (“shadow”), ou seja, desapareceu. O verso “My boy's an ugly crier but he's such a
pretty liar and by that I mean he said he'd «change»” mostra que o rapaz
está, claramente, habituado a mentir, afinal, ele é tão bom a fazê-lo que
mantem a sua beleza enquanto o faz, manipulando facilmente quem quiser. Ele diz
que vai mudar, mas isso é só mais uma mentira que usa para manipular as
pessoas.
No
refrão, “Don't love me like he promised”,
Billie faz uma ligação com a faixa anterior, “idontwannabeyouanymore”, mais
precisamente, com os versos “If «I love
you» was a promise, would you break it, if you’re honest?”.
Por
último, nos versos “You want me to be
yours well then you gotta be mine, and if you want a good girl, then goodbye”
Billie mostra que é ela quem tem controlo sobre a situação e que, tal como o
rapaz, ela não quer ser uma “boa menina”, terminando assim a relação tóxica.
Nota: ⭐⭐⭐⭐
4. watch
A
quarta música mostra a perspetiva de Billie sobre um amor não correspondido, ao
mesmo tempo que a jovem tenta perceber por que razão não está com a pessoa de
quem ela gosta. Toda a música é acompanhada pelo som de um fósforo a acender,
que representa o tema principal da música – o fogo.
No
primeiro verso, “If we were meant to be, we would have been by now, see
what you wanna see, but all I see is him right now”, Billie
explica que, apesar de gostar da outra pessoa, se eles tivessem que ficar
juntos, já o teriam feito. No entanto, enquanto que pessoas fora da relação a
vêm como tóxica, Billie ainda pensa no rapaz como seu parceiro e continua a
admirá-lo. Ele é a única coisa que ela vê.
O
refrão é, sem dúvida, o que melhor resume esta faixa. Nos versos “I'll sit and watch your car burn, with the
fire that you started in me, but you never came back to ask it out”, Billie
refere o fogo, de forma literal, mas também como a dor que ela sofreu graças a
esta relação. A artista culpa o rapaz por tudo o que ela passou e
responsabiliza-o pela vingança que ela cometeu. No fundo, o seu parceiro deu
início a um fogo que não foi capaz de apagar e agora ela quer que ele sinta a
dor que ela sentiu.
Por
último, após questionar o seu antigo parceiro, Billie conclui “Now you know, now I’m free”, terminando
então a sua vingança, ao mesmo tempo que ela se liberta da relação que tanto a
fez sofrer.
No
videoclip, Billie aparece como duas versões diferentes. A primeira Billie está
presa, ensopada em gasolina, e rodeada por quatro carros que representam os
seus sentimentos. A outra versão, renovada, encontra-se num quarto que parece
derreter ao longo de todo a música. No final do videoclip, a “nova Billie”
consegue fugir do quarto, encontrando a “antiga Billie”, triste e ensopada em
gasolina, e acende-a em chamas, representando, finalmente, a superação face a
este relacionamento tóxico que a deixou de coração partido.
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐
5. party favor
“party
favor” é a quinta faixa do primeiro trabalho de Eilish e tem início com uma
mensagem de voicemail que a artista deixa ao seu namorado possessivo, na
tentativa de o tirar finalmente da sua vida.
No
começo da música, ouvimos os toques da chamada, no entanto, Billie é levada até
ao voicemail da pessoa em questão, o seu namorado que, aparentemente faz anos e
está demasiado ocupado para a atender. “(…)
by the time you get this your number might be blocked” é assim que Billie
termina a sua mensagem no voicemail, depois de tentar contactar o rapaz e não
conseguir. A artista não parece satisfeita com o rumo da relação e parece
querer pôr-lhe um fim, daí a razão para bloquear o número do sujeito em causa.
Eilish parece debater-se com a complicada situação de terminar, ou não, uma
relação. Ao bloquear o número do rapaz, Billie parece “fugir” às
responsabilidades, ao mesmo tempo que tenta lutar contra a tentação de dar
outra oportunidade à relação saturada.
Finalmente,
nos versos “You know that's bullshit, dontcha,
babe?”, farta de desculpas que apenas causam mais problemas, Billie decide terminar
a relação, mesmo sendo o aniversário do rapaz.
Nota: ⭐⭐⭐
6. bellyache
A
sexta música de “don’t smile at me” apresenta a perspetiva fictícia de um
sociopata, que, ao dar-se conta das suas ações, arrepende-se e acaba por se
suicidar. Billie confirmou numa entrevista que “bellyache” é inspirada na
música “Garbage” de Taylor, The Creator’s.
A
música, iniciada com um ritmo relaxante e aparentemente inocente, rapidamente
muda de ritmo. Após os versos “My friends
aren't far, in the back of my car, lay their bodies”, percebemos que Billie
interpreta um sociopata que acabou de matar os seus amigos.
Ao
longo de toda a música, Eilish repete o verso “Where’s my mind?”, dando-se conta do acidente ocorrido, ao mesmo
tempo que volta a ter controlo do seu corpo e questiona a sua sanidade mental.
O
refrão termina com os versos “Thought
that I'd feel better, but now I got a bellyache”, mostrando que, matar
todos aqueles que lhe fizeram mal durante a sua vida, não lhe trouxe felicidade
ou alívio, como ela pensava. Na verdade, Eilish sente-se um pouco doente, ao
mesmo tempo que antecipa as consequências das duas ações. Desta maneira, Billie
pretende mostrar que a vingança não resolve absolutamente nada, apenas traz
mais problemas.
Na
conclusão da música, Billie admite “I
wanna make 'em scared, like I could be anywhere, like I'm reckless”, ou
seja, o assassino comete suicídio, não para escapar do seu destino – a prisão –
mas para provocar medo a todos aqueles que continuam vivos. Eilish prefere
tornar-se uma lenda do que mais uma criminosa presa numa prisão. Agora, ela é
um mito, um medo que assombra e persegue as pessoas.
O
videoclip é uma espécie de continuação da própria música em si. Após cometer
suicídio, Eilish encontra-se cara-a-cara com um polícia, revelando que, faça o
que fizer, a assassina não consegue escapar às suas consequências. O polícia é
uma espécie de guarda, que protege a passagem para a vida após a morte. No
entanto, a entrada da personagem de Billie é negada, condenando-a ao espaço
entre a vida e a morte para o resto da sua existência.
Nota:⭐⭐⭐⭐⭐
7. ocean
eyes
“ocean
eyes” foi a primeira música lançada por Billie Eilish, em 2014, no seu
SoundCloud pessoal. Nesta faixa, a artista coloca-se na posição de alguém que
ela magoou, de forma a tentar perceber tudo aquilo por que essa pessoa passou.
A calmaria transmitida por esta música, acompanhada pelo instrumental e as
harmonias de fundo, tornam-na na melhor balada de “don’t smile at me”.
No
refrão, Billie canta “No fair, you really
know how to make me cry when you give me those ocean eyes”, mostrando o
controlo que a outra pessoa tem sobre a artista, apenas através dos seus olhos.
O mar e os oceanos tanto podem ser vistos como relaxantes, como perigosos.
Desta maneira, os olhos da pessoa em questão têm um certo efeito sobre Eilish,
que pode ser bom ou mau. “I've never
fallen from quite this high” é uma metáfora entre a queda de alguém para a
água e “queda” de quando alguém se apaixona por outra pessoa.
Perto
do fim, no verso “You left her lonely
with a diamond mind”, Billie enfrenta as consequências de ficar sozinha,
após o outro sujeito partir, e os sentimentos que ele deixou com ela. “Mente de
diamante” pode ser uma metáfora para a mente de artista que Eilish carrega ou,
como o próprio diamante, Billie é inquebrável e difícil de perceber,
deixando-a, inevitavelmente, sozinha.
A
sétima faixa do EP teve direito a dois videoclips. O original, foi gravado
apenas num take, onde podemos observar Billie a cantar diretamente para a
câmera, contra uma cortina. O segundo é um vídeo de dança, revelando uma das
maiores paixões da artista multifacetada.
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐
8. hostage
A
oitava música do EP mostra a obsessão que Billie sente pelo seu companheiro,
argumentando que o ama tanto que o quer manter como refém só para ela.
Logo
no começo, Billie afirma “I wanna steal
your soul and hide you in my treasure chest”, mostrando o quão preciosa é,
para ela, a pessoa em questão, ao ponto de a querer guardar no seu próprio
“tesouro”.
No
refrão, Eilish continua com a sua obsessão “And
let me crawl inside your veins”, revelando que, se ela não pode ficar com o
sujeito em questão para sempre, então ela está disposta a viver dentro dele e,
assim, os dois podem tornar-se na mesma pessoa. Mais tarde, a artista canta “You're all I wanted, just let me hold you,
hold you like a hostage”, utilizando uma metáfora dramática para descrever
o desespero que ela sente para estar com o seu amado.
Nota: ⭐⭐⭐⭐
9. &burn
A
última faixa de “don’t smile at me” é uma sequela à música “watch”. Com a
participação de Vince Staples, esta versão alternativa apresenta um ritmo diferente
da original, mais virada para o Hip Hop e para o R&B. Mantendo os versos
originais de Eilish, agora juntos com o rap de Staples, “&burn” encerra o
primeiro EP da nova artista, que promete revolucionar a indústria da música.
Nota: ⭐⭐⭐⭐
NOTA
FINAL
⭐⭐⭐⭐