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- Capítulo 21
A manhã já ia a meio no Pokémon Center de Hulbury, que
começava a receber cada vez mais visitas de jovens treinadores vindos de toda a
região. Victor, Gloria e Hop já estavam prontos para um novo dia. Depois de se
certificarem que tinham todos os seus pertences pessoais e que o quarto alugado
durante as últimas noites se encontrava devidamente limpo e arrumado, desceram
para o piso inferior do estabelecimento.
Depois de receberem os Pokémon deixados aos cuidados de
Joy, os três amigos decidiram adquirir alguns materiais no Poké Mart do
estabelecimento.
- Mais vale prevenir do que remediar. – dizia Victor,
enquanto reunia doses exageradas de produtos de saúde Pokémon.
Após vários longos minutos de compras, o grupo voltou-se
para o outro lado do edifício, ocupando uma mesa na cafetaria que, naquele
momento, começava a encher-se de moradores da cidade.
- Temos de aproveitar agora. – murmurou Hop, observando o
menu com muita atenção. – Não sabemos quando será a próxima refeição completa
que iremos realizar.
- Senti a mágoa na tua voz. – brincou Gloria, ajeitando o
seu cabelo castanho. – Mas, afinal, qual será o nosso próximo destino?
- Certo. – o gémeo assentiu. Depois de pousar a
incubadora, com o ovo no interior, na mesa do local, deitou as duas mãos ao
interior da sua grande mala, puxando vários papéis e anotações. – Aqui está. O
meu famoso mapa. – dizia, enquanto desdobrava um documento que parecia não ter
fim. – Nós estamos aqui. – disse, apontando para um local do lado direito do papel,
junto ao oceano, captando a atenção dos outros dois jovens. – O nosso
itinerário segue por aqui. – explicou, deslizando o indicador para baixo,
parando sobre um local colorido em tons acastanhados. – Galar Mine Number 2. A
continuação da primeira Galar Mine, antes mesmo de chegarmos a Turffield,
recordam-se? – e apontou para outro local, igualmente castanho e precisamente
do lado oposto do mapa. – De volta a este lado, depois de sairmos da gruta,
temos pela frente o Motostoke Outskirts. – e apontou para uma pequena
localização, à direita da área castanha. – É uma pequena rota, onde podemos
aproveitar para treinar antes do nosso desafio no Motostoke Stadium. – e
terminou a explicação, parando o dedo numa cidade ao centro do mapa.
- Então, vamos regressar a Motostoke? – Hop parecia
confuso.
- Certo. Está na altura de desafiarmos o Kabu.
Lembram-se? Da última vez que estivemos na cidade, depois da cerimónia de
inauguração do Gym Challenge, os pedidos para o desafiar aumentaram a pique.
Nem tivemos oportunidade de nos inscrever.
- É verdade! – lembrou-se a rapariga. – Aquele Bede foi o
primeiro a enfrentá-lo, se bem me lembro.
- Ah, sim… - Hop ficou pensativo. – Recordo-me do Leon
falar do seu confronto contra o Kabu. Ele disse que foi um dos mais difíceis da
sua jornada.
- Nesse caso, teremos de nos preparar para qualquer
dificuldade futura. – afirmou Victor, num tom decidido.
• • •
Um dos pequenos lagos no interior da Galar Mine Number 2
servia de palco para uma batalha. De um lado, Woobat esvoaçava pelas águas e,
do outro, uma pequena lesma do mar, de corpo esverdeado e uma carapaça azul,
tentava proteger-se dos ataques lançados na sua direção. Tinha grandes olhos e
vários pares de chifres ao longo da carapaça.
- Air Cutter!
Uma forte rajada de vento atingiu a pequena criatura
aquática, que fora arremessada contra uma parede de rochas perto do local. Com
o embate, cerrou os olhos, sentido a dor atingir todos os cantos do seu corpo.
Logo a seguir, uma Poké Ball foi lançada na sua direção, sugando-o para o seu
interior. Depois da esfera girar duas vezes, por fim, parou. A captura estava
concluída.
Gale apressou-se a apanhar a cápsula bicolor,
observando-a com atenção. Logo atrás de si, apareceu Carter com um ar
desconcertado.
- Ainda não percebi o que estamos aqui a fazer… -
murmurou.
- É claro que não, seu incompetente! – exclamou a jovem,
segurando a esfera na mão. – Estamos na Galar Mine Number 2, que faz a ligação
com Motostoke, local onde executamos o nosso primeiro ataque. Recordas-te
disso?
- Quando o Leon apareceu e nos obrigou a fugir?
- Precisamente. – respondeu Gale, tentando não se irritar
com tal lembrança. – Estamos aqui para impedir que os Treinadores Pokémon que
desejam voltar àquela cidade não o possam fazer. – revelou, num tom de voz
sombrio.
- E como vamos fazer isso?
- Com as orientações do chefe, como é óbvio. – afirmou,
começando a caminhar em círculos pelo local. – Vamos construir uma parede de
rochas para travar a circulação dos viajantes!
- E quem é que vai fazer isso? Nós?
- Pois está claro. Quem haveria de ser?
- Gale, eu nunca construí uma parede… - o jovem coçou a
cabeça.
- É para isso que precisamos da ajuda de Pokémon. Este
Shellos, por exemplo, vai ser uma grande ajuda para reunir grandes rochas e
fixá-las com a sua lama. Percebes?
- Acho que sim. – assentiu. – Então, é melhor eu começar
a procurar mais um Pokémon para nos ajudar com o plano…
- Sim, sim. Faz isso.
Os olhos de Carter começaram a percorrer o local à sua
volta. Encontrou rochas, alguns diamantes cravados nas enormes paredes da
gruta, pequenos lagos de águas calmas e um chão de terra sem fim. No entanto,
para sua tristeza, nenhum Pokémon se revelava naquele momento.
- Oh! – exclamou, instantes depois. – O que é aquilo?
Uma pequena Poké Ball permanecia caída no chão da
caverna. Talvez aquilo fosse um sinal do destino. Talvez, no interior daquela
cápsula, um gigante e fortíssimo Pokémon estivesse à espera de ser encontrado
por ele. Envolto em pensamentos precipitados, o jovem correu de forma desconcertada
na direção do objeto. Baixou-se para o apanhar, quando sentiu uma forte mordida
na sua mão, deixando escapar gritos e gemidos de dor que ecoaram por todo o
local.
- O que raio andas a fazer?! – Gale gritou, virando-se
para encontrar o seu companheiro desastrado.
- Esta coisa está a morder a minha mão! – berrou o outro,
com o rosto cada vez mais vermelho e inchado.
Gale correu em seu auxílio, observando atentamente a
criatura que o mordia. O seu corpo em tons de cinzento e castanho era
assinalado por marcas de pegadas verdes. Duas presas pontiagudas cercavam a
parte frontal e traseira do Pokémon, que tinha a sua boca esculpida em formato
de uma Poké Ball.
- É um simples Pokémon. – a voz da rapariga saiu num tom
sarcástico. – Foste enganado por uma criatura banal, Carter.
- Obrigado pela ajuda! – respondeu, abanando a mão no ar
para tentar afastar o Pokémon, mas nada acontecia. – Urgh, já vais ver! – e
deitou a outra mão ao bolso, arremessando uma Poké Ball ao ar, revelando o
corpo de Croagunk. – Tu, faz alguma coisa já! Usa Venoshock nesta coisa!
Apesar de apresentar um ar confuso, Croagunk abriu a sua
boca, lançando vários espinhos na direção do Pokémon que continuava agarrado à
sua presa, neste caso, a mão de Carter. Apesar da pequena explosão de veneno
provocada pela técnica, a criatura selvagem parecia não ter sofrido qualquer
dano.
- Essas presas… - murmurou Gale, pensativa. – É um Pokémon
Steel-Type. É por isso que os ataques Poison-Type não funcionam
contra ele. Inútil! – gritou.
- Cala-te, Gale! – protestou. – Croagunk, usa Mud-Slap!
Abrindo novamente a boca, Croagunk lançou várias esferas
de lama na direção do seu adversário. Ao contrário do que acontecera
previamente, a criatura selvagem sentiu o efeito no seu corpo, acabando por
soltar a presa e cair no chão de terra. Ergueu-se rapidamente, desta vez
virando-se para Croagunk e mordendo-o com as suas presas metálicas, uma técnica
conhecida como Metal Claw.
- Contra-ataca com Revenge!
O Fighting-Type aproveitou a proximidade do
adversário, ergueu o seu braço no ar para ganhar balanço e, logo a seguir, esmurrou
o seu corpo, lançando-o num forte embate contra o chão. O Pokémon deixou
escapar alguns gemidos de dor, afinal, as técnicas usadas eram super efetivas e
começavam a surtir o efeito pretendido.
- Finalmente. Já está suficientemente fraco. – apontou
Gale. – Aproveita para o capturares. Talvez ele nos possa ajudar.
- Mas ele atacou-me! – contrapôs o jovem, levantando as
mãos no ar, mostrando as suas feridas ensanguentadas.
- É um Pokémon… é da sua natureza atacar as presas mais
fracas.
- O que é que acabaste de dizer?! – o homem gritou,
colocando-se em posição ereta.
- És um fraco se não consegues capturar um Pokémon apenas
porque ele te feriu. – cuspiu a jovem. – O que vem a seguir? Vais-me abandonar
porque sou demasiado dura contigo? Não! Eu só digo a verdade!
Carter calou-se, fitando o rosto de Gale por longos
segundos. Por mais que lhe custasse admitir, talvez ela tivesse um pouco de
razão. Mesmo assim, a sua mão continuava a doer. E o poder daquele Pokémon, que
ele não conseguia identificar, ainda lhe parecia confuso. No entanto, acabou
por voltar a colocar a sua mão saudável dentro do bolso, retirando uma Poké
Ball vazia que lançou contra o corpo da criatura selvagem. Pela primeira vez, o
Steel-Type não deu luta e o jovem concluiu a sua captura sem grande
dificuldade.
- Feito. – afirmou secamente, apanhando o objeto do chão.
- Vês? Eu sei que tenho razão. – Gale mostrou um sorriso
de lado. – Agora vamos, o local de execução da missão fica ali à frente. – e
começou a caminhar a um passo acelerado, sendo imediatamente seguida por
Carter.
• • •
Victor, Gloria e Hop davam os primeiros passos no
interior da Galar Mine Number 2. As paredes do local eram altas e cobertas de
rochas escuras. No entanto, tal como na gruta anteriormente visitada pelo trio,
vários minerais coloridos e brilhantes surgiam por entre as grandes pedras.
Caminharam pela imensa entrada em silêncio, observando o
trabalho árduo e agitado de vários mineiros. De forma organizada, extraíam
minerais escondidos pelas paredes ou até mesmo sob o solo. Alguns Pokémon
também estavam presentes no local, utilizando a sua fisionomia para ajudar os
humanos trabalhadores.
Um pequeno lagarto bípede parecia caminhar de forma
desastrada. Os seus dois olhos localizavam-se na grande cabeça amarela,
enquanto os braços finos seguravam a pele clara da criatura. Depois de ganhar
impulso com uma corrida desconcertada, o Pokémon cabeceava grandes rochedos,
fazendo com que estes se partissem e facilitando, assim, a extração de minerais
no seu interior.
- Scraggy, um Pokémon Dark-Type e Fighting-Type.
– Victor segurava o seu Rotom Phone na direção do Pokémon. – Usa a sua dura
cabeça para atacar qualquer adversário que se colocar à sua frente. Quando a
sua pele se encontrar completamente esticada, atingirá o ponto da evolução.
Não muito longe do lagarto, outra criatura auxiliava um
grupo de mineiros. Uma pequena rocha cinzenta com dois braços laranja e duas
mãos castanhas que trabalhavam em sintonia. Cada membro parecia funcionar de
forma autónoma. Enquanto de um lado, uma das mãos utilizava as suas garras para
escavar no solo, a outra mão lançava jatos de água para limpar os minerais
encontrados, restaurando-lhes o seu brilho natural.
- Binacle, um Pokémon Rock-Type e Water-Type.
– falou o Pokédex de Gloria. – Depois de dois Binacle encontrarem uma rocha que
satisfaça a necessidade de ambos, fixam-se no objeto, trabalhando para
sobreviver em equipa. Sem um trabalho coordenado, os dois não conseguem
sobreviver.
- Não é tão interessante ver Pokémon trabalhar lado a
lado com humanos? – pensou Hop, observando a equipa de extração mineral.
- Sim! Não importa a origem de nenhum deles. Isto revela
que trabalhar em equipa é sempre melhor do que fazê-lo sozinho. – a rapariga
sorriu.
- Na verdade, isto a que estamos a assistir é conhecido
como Poké Jobs. – afirmou o gémeo, num tom didático. – Eu lembro-me de ler um
livro sobre isto mesmo. Vários Treinadores Pokémon usam ou enviam os seus
Pokémon para ajudar em trabalhos de humanos. Para além da experiência que
ganham, também recebem alguma quantia monetária ou determinados bens materiais.
- Mas o trabalho é consentido pelos Pokémon, certo? –
interveio Gloria, preocupada.
- Claro que sim. É muito importante ter isso em conta.
- Sendo assim, será que seria boa ideia eu e o Roggenrola
ajudarmos na extração? Talvez seja bom para ele tentar lidar com os problemas
do seu passado. – pensou o moreno.
- Espera, e se eu e o Timburr fizermos o mesmo? Podemos colocá-los
a trabalhar em conjunto e tentar fazer com que eles façam as pazes! – sugeriu
Victor.
Todos concordaram com a sugestão. Os dois rapazes lançaram
as suas Poké Balls ao ar, revelando os corpos de Timburr e Roggenrola. As
criaturas entreolharam-se, sem deixar escapar qualquer grunhido. As suas
posturas eretas, envoltas em silêncios desconfortáveis, revelavam o que ambos
sentiam na presença um do outro: uma grande tensão e rivalidade.
- Parem de fazer esses olhares ameaçadores. – disse o
moreno. – Não vos chamámos para um combate.
- Pensámos que ambos poderiam ajudar na escavação
mineral. – anunciou o gémeo, apontando para a equipa de mineiros presente no
local. – O que acham?
Os dois permaneceram em silêncio, apesar dos tons
animados e convidativos dos seus treinadores. Só após alguns minutos de
insistência dos rapazes é que ambos cederam, aproximando-se de uma parede de
rochas iluminadas. Segundo os trabalhadores locais, no seu interior, existiam
vários minerais à espera de serem encontrados.
Victor, Hop, Timburr e Roggenrola colocaram-se de frente
para a parede, começando a atingi-la com técnicas físicas Fighting-Type
e Rock-Type. Não demorou muito para que, juntos, os dois Pokémon
conseguissem quebrar alguns dos rochedos, fazendo cair vários minerais coloridos
que alegraram o rosto de Gloria, que assistia a tudo atentamente.
- Muito bem! – exclamou, pegando em alguns dos minerais
brilhantes. – São tão giros!
À medida que mais minerais eram extraídos, a equipa local
aproximava-se para os analisar e recolher para junto dos restantes materiais.
Era claro que aquele trabalho não era realizado para um fim individual, mas sim
para contribuir para a energia produzida na Mineral Factory de Galar.
- Mud-Slap!
Roggenrola estava disposto a encontrar mais minerais do
que o seu adversário. Por essa razão, levava as indicações do seu treinador
muito a sério. Disparou mais um jato de lama contra várias rochas, na esperança
de fazer cair mais cristais, no entanto, surpreendeu-se quando uma criatura
apareceu por entre as fisgas dos rochedos.
- O que é isto?! – exclamou Hop, surpreendido com a
descoberta.
Um pequeno artrópode surgiu no local, começando a correr
em círculos. O seu corpo era coberto de várias camadas de escamas cinzentas e
algumas formas triangulares verdes. O rosto, antenas e caudas tinham uma
coloração roxa enquanto os seus olhos eram amarelos.
- Wimpod, um Pokémon Bug-Type e Water-Type.
– anunciou o Rotom Phone que Hop segurava. – Apesar da sua natureza limpa, este
Pokémon é capaz de comer qualquer coisa, até mesmo lixo. Foge quando sente a
presença de perigo ou de inimigos.
- Roggenrola, não o deixes escapar!
O Rock-Type tentou acompanhar a velocidade do
selvagem, mas era basicamente impossível. Wimpod, por sua vez, lançou um Struggle
Bug na direção de Roggenrola, prendendo-o contra o chão. E, sem perder mais
tempo, fugiu do local sem deixar rasto.
- Que Pokémon tão rápido! – exclamou Gloria.
- Deve-se ter assustado com o Roggenrola… - refletiu
Victor, olhando à sua volta, com a ajuda de Timburr que permanecia atento. –
Não há nenhum sinal dele.
- Isso é o que vamos ver! – o moreno exclamava, enquanto
soltava o seu Pokémon do ataque lançado pelo fugitivo. Depois de se certificar
que Roggenrola não tinha ferimentos graves, voltou-se para os mineiros
presentes no local. – Esperemos que o nosso trabalho vos tenha ajudado! Agora
temos de ir procurar aquele Pokémon! Vai ser meu! – gritou e, logo a seguir,
saiu disparado, deixando todos os restantes surpreendidos.
• • •
Já se tinham passado várias horas desde a procura intensa
por Wimpod, que permanecia desaparecido, como se nem sequer existisse. Com o
passar da tarde, Hop e Roggenrola continuavam a liderar as buscas, obrigando
Victor e Gloria, acompanhados por Timburr, a fazerem o mesmo. Àquela altura do
dia, já se encontravam a meio do percurso da caverna.
Apesar dos seus corredores parecem todos iguais, o trio
ia deixando marcas pelos sítios por onde passavam, tentando diminuir a
probabilidade de se perderem nos labirintos iluminados pelos cristais
brilhantes. Em algumas zonas, acabaram por encontrar pequenos lagos de águas
calmas, onde a cor das pedras se refletia, criando um fantástico espetáculo de
pigmentação e luminosidade. Gloria ficava cada vez mais deslumbrada com aquele
local, apesar de toda a correria a que era obrigada.
- Já pensaste no poder que estes minerais contém, Victor?
Deve ser imenso! – exclamava.
- De facto, é a origem de toda a energia da região. Deve
ser algo fenomenal.
- Ali! – mais à frente, Hop gritava, apontando para uma
parede que aparecia, estranhamente, a meio do caminho. – Está ali uma coisa!
O jovem correu na direção de uma pequena esfera caída no
chão, baixando-se para a apanhar, quando foi, novamente, surpreendido por um
Pokémon que mordia agora a sua mão. Invadido pela dor das presas daquela
criatura, Hop não teve outro remédio senão soltar o que sentia através de altos
e desesperantes gritos. Victor e Gloria correram em seu auxílio, visivelmente
preocupados e assustados com o amigo.
- Victor! O que é aquilo?! – a voz de Gloria saiu mais
estridente do que o habitual.
- N-não faço ideia!
Sentindo o pânico vindo dos humanos, Timburr e Roggenrola
entreolharam-se. Era altura de os dois entrarem em ação, salvando os
treinadores que antes os salvaram a eles. Timburr saltou na direção do Pokémon
desconhecido, atingindo-o com Low Kick e Roggenrola voltou a atacar com Mud-Slap.
A criatura largou a mão do rapaz, caindo no chão da caverna, mas rapidamente se
recompôs, pronto para continuar a disputa.
Hop, por sua vez, caiu para trás, sentindo o sangue
percorrer a sua mão e descendo pelo pulso. Victor caiu de joelhos ao seu lado, pousando
a incubadora do ovo no chão e abrindo a mala de viagem que segurava nas costas.
Apressou-se a procurar o seu estojo de primeiros socorros, que logo passou a
Gloria, pronta para entrar em ação.
- As mordidas não são muito fundas. – dizia, enquanto
limpava as feridas, fazendo o moreno soltar pequenos gemidos de dor.
- Vamos aplicar uma compressa e esperar que o sangue
pare. – o irmão desenrolou um pequeno rolo branco, voltando a enrolá-lo à volta
da mão do ferido.
- Eu pensava que ia morrer! – dramatizou Hop, com
lágrimas nos olhos.
- De medo, só se for. – disse uma voz grave, que não
pertencia a nenhum dos três amigos.
Os seus olhares elevaram-se. Mesmo à frente do trio, as
figuras mascaradas de Carter e Gale marcavam presença, com uma postura séria e
desafiadora. Ao seu lado, o Pokémon que atacara Hop arrastava-se junto do corpo
do homem, que também apresentava ferimentos na mão. A jovem de cabelo rosa, por
sua vez, tinha o seu pé colocado sobre uma caixa de metal que insistia em
movimentar-se. No seu interior, Timburr e Roggenrola eram mantidos
prisioneiros. O seu ataque tinha sido tão rápido e eficaz que nenhum dos jovens
treinadores se deu conta do sucedido.
- Vocês, outra vez?! – a voz de Victor saiu num tom que o
próprio desconhecia. Algo semelhante a desprezo ou ódio.
- Isso dizemos nós! – gargalhou a mulher. – Vocês são os
únicos que insistem em intrometer-se nos nossos planos.
- O que pretendem fazer desta vez? Matar os treinadores
com mordidas surpresa?! – gritou Hop.
- Não seria uma má ideia… - pensou Carter. – O que achas,
Gale?
- Talvez seja uma ideia para missões futuras. –
respondeu, num tom irónico.
- Devolvam o Timburr e o Roggenrola aos meus amigos! –
ordenou Gloria, destemida.
- Olha só esta pequena que pensa que já é gente… por
favor. – cuspiu Gale.
- Vamos ficar com os vossos Pokémon. – afirmou o homem,
num tom autoritário. – E se não concordarem, podem dar meia-volta, uma vez que,
aqui, a passagem está bloqueada.
- Esta parede… - murmurou o gémeo. – Ela não estava aqui
antes, pois não? As rochas parecem diferentes. Foram vocês que a construíram
para atacar jovens treinadores como nós?
- És muito inteligente, rapaz. Mas de que te vale isso
agora? Já temos o teu Pokémon. – provocou a mulher.
- Espera, o que é aquela coisinha ali?
Carter apontava para a incubadora, pousada ao lado da
grande mochila de Victor. O rapaz apressou-se a resgatar o objeto para junto do
seu corpo, segurando-o com os dois braços.
- Um ovo? Será um sobrevivente da nossa missão anterior?
– Gale levou a mão ao queixo, fingindo-se de pensativa. – Porque se é… então
ele pertence-nos!
- Estou farta de vos ouvir dizer barbaridades! – exclamou
Gloria, levantando-se do chão num salto. – Acham mesmo que aquilo que já tem
dono vos pertence? Acho que precisam de redefinir os objetivos da vossa
organização ilegal!
- Falas demasiado miúda. – suspirou Carter.
- És patética. – a mulher abanou a cabeça em forma de
desaprovação.
- Vamos ver quem é a ridícula!
Gloria puxou de uma Poké Ball, lançando-a ao ar.
Scorbunny aterrou no chão, pronto para entrar em ação. Do outro lado, Carter e
Gale convocaram os seus mais recentes Pokémon para a disputa. A mulher
permaneceu no seu lugar, segurando a forte caixa com o seu pé, enquanto Victor
e Hop se afastavam do centro da arena improvisada.
- Stunfisk Galarian Form, um Pokémon Ground-Type e
Steel-Type. – anunciou o Pokédex da treinadora. – Depois de habitar na
lama com alto teor de ferro, o seu corpo transformou-se em aço. Usa a sua boca
em formato de Poké Ball para confundir as suas presas, atacando-as com as suas
barbatanas metálicas.
- Então foi aquilo que me mordeu. – murmurou Hop.
- Pelos vistos, também atacou o próprio Carter. – apontou
Victor, reparando na sua mão ensanguentada. – Não deve ser um adversário fácil.
- Shellos, um Pokémon Water-Type. – o Rotom Phone
da jovem voltou a falar. – A aparência do seu corpo varia segundo a comida que
ingere e o local que habita. Shellos que habitam em águas mais frias ganham uma
coloração mais azul.
- Não sei se o Scorbunny conseguirá dar conta dos dois
sozinho… - sussurrou o gémeo, preocupado.
- Podemos usar o combate como distração para soltarmos o
Timburr e o Roggenrola. – sugeriu o moreno numa voz baixa. – Mantem-te atento.
- Vamos a isto, Scorbunny. Ember.
O coelho começou a correr em círculos, sentindo as suas
patas aquecerem à medida que o fazia. A seguir, pegou numa pequena pedra caída
no chão e pontapeou-a. Uma aura de fogo rodeou o objeto, lançando contra o
corpo de Stunfisk, que cambaleou para trás.
- Tenta outra vez! – provocou Carter. – Terás de fazer
melhor do que isso para nos vencer. – Revenge.
- Shellos, usa Ancient Power! – ordenou Gale.
- Tenta fugir!
O Steel-Type lançou-se na direção do Pokémon
Inicial que, a tempo, conseguira escapar do seu ataque. No entanto, do outro
lado do local, o corpo brilhante de Shellos começava a controlar várias rochas
que, de imediato, foram arremessadas na direção do adversário. Scorbunny caiu
no chão depois de ser atingido por alguns dos rochedos.
- Vamos continuar! – exclamou Gloria, incentivando o Fire-Type.
– Mostra-lhes a tua nova técnica! Flame Charge.
Reunindo novamente energia através de corridas em
círculos, desta vez, o corpo de Scorbunny fora rodeado por labaredas de fogo. À
medida que corria, o calor espalhava-se pelo local. Em simultâneo, os dois
Pokémon da Team Yell foram atingidos, caindo ao chão cada vez mais fracos.
Carter e Gale, por sua vez, começavam a ficar impacientes. A sua posição
corporal alterou-se drasticamente. O homem tinha agora os dois braços no ar,
gritando palavrões sem sentido e a jovem esquecera-se da caixa metálica que
protegia para se debruçar sobre os Pokémon feridos.
- Levantem-se! – gritou, de forma imperativa. – Combinem
os vossos ataques! Water Pulse.
- Stunfisk, dispara Water Gun.
Ainda a recuperar da técnica anterior, Scorbunny não
tivera qualquer oportunidade para escapar aos dois ataques super efetivos que
eram disparados na sua direção. Apesar da pistola de água disparada por
Stunfisk não ser super forte, a bolha aquática lançada por Shellos teve um
efeito brutal sobre o Fire-Type, que caiu ao chão atordoado.
- Oh não! – exclamou Gloria, levando as mãos ao rosto. –
Scorbunny… vá lá, nós precisamos de salvar os nossos amigos…
- Acho que já não precisamos de ajuda! – anunciaram os
dois rapazes.
Enquanto o combate decorria, os dois amigos aproveitaram
a falta de atenção dos dois membros da Team Yell para soltar os seus Pokémon do
interior da caixa metálica. Naquele momento, Timburr e Roggenrola já estavam
junto dos seus treinadores. Ambos carregavam uma expressão confiante nos seus
rostos. O tempo que passaram juntos e a sós serviu para que ambos percebessem
que havia certas alturas onde teriam de colocar o seu passado de lado e lutar para
o mesmo objetivo. Aquele era, precisamente, esse momento.
- Como é que os deixaste escapar?! – gritou o homem de
rosto pintado.
- Cala-te, gordo! – cuspiu Gale. – Não posso ficar sempre
responsável por tudo! Esqueci-me de tomar conta da caixa, e então?! Não ias
vencer esta pirralha sozinho!
- Acho que o vosso problema é não saberem respeitar-se
enquanto parceiros de equipa… - apontou Victor. – Nem as outras pessoas à vossa
volta.
- Agora tomem um pouco de noção! – afirmou Hop,
levantando um braço no ar. – Smack Down!
- Rock Slide!
Uma esfera de energia amarelada foi lançada por
Roggenrola na direção de Stunfisk. Timburr, por sua vez, viu o seu corpo
envolto por uma energia azul, começando a controlar alguns rochedos que por ali
havia e lançando-os contra os dois adversários. Ambos foram atingidos pelas
técnicas dos Pokémon que pareciam estar cada vez mais fortes e em sintonia um
com o outro.
- Não pode ser. – Carter cerrou o punho, fitando os dois
Pokémon inconscientes no chão.
- Ainda podemos lutar! – exclamou Gale, com os olhos
esbugalhados enquanto recuperava o corpo de Shellos para o interior da sua Poké
Ball.
- Estamos prontos! – provocou Gloria, reunindo-se a
Victor e Hop, acompanhada por Scorbunny, já recuperado.
- O espetáculo acabou! – uma voz grave e autoritária
fez-se ouvir no local, mas nenhuma pessoa estava à vista. – Permaneçam quietos!
Vamos deitar esta parede abaixo e terminar, de uma vez por todas, com esta
farsa! Body Slam.
Ouviu-se uma grande explosão, seguida de uma gigante onda
de poeira, enquanto várias rochas caíam e começavam a rebolar livremente pelo
local. Os três jovens e os seus Pokémon tiveram de se proteger para não serem
atingidos pelos fortes objetos. Do outro lado, Carter e Gale abrigaram-se atrás
de um pedregulho, enquanto observavam o seu plano ser destruído.
Quando a poeira cessou momentos mais tarde, a identidade
daquela voz foi finalmente revelada. No centro do local, envolto de rochas partidas
e desfeitas, um alto homem permanecia de pé. Vestia um uniforme vermelho e o
seu cabelo era grisalho. Os seus braços caíam ao lado do tronco, revelando uma
postura destemida e determinada.
À sua frente, um Pokémon marcava presença. Tinha quatro
patas e assemelhava-se a uma grande tartaruga com uma carapaça preta e vários
apontamentos brilhantes. O seu corpo alaranjado era marcado por círculos negros
e das duas narinas saíam grandes nuvens de fumo.
- Ka-Kabu?! – a voz de Hop saiu fraca.
- O Líder de Ginásio?! – repetiu Gloria atónita.
- Eu mesmo, sim. – confirmou o senhor, olhando em volta.
– Onde estão eles?! Não foram vocês que construíram esta parede falsa, pois não
jovens?
- Ali, senhor. – Victor apontou o indicador para um
pedregulho onde os dois criminosos se escondiam. – Eles tentaram roubar os
nossos Pokémon e bloquearam a passagem.
- Ora, muito bem! Saiam daí! Admitam os vossos atos! – chamou
o Líder de Ginásio, com as mãos na cintura.
Atrás da grande rocha, Carter e Gale entreolharam-se.
Pingas de suor começavam a escorrer pelas testas dos dois à medida que sentiam
que a sua missão estava, definitivamente, cancelada. Os seus Pokémon mais
recentes já se encontravam a repousar no interior das suas Poké Balls,
portanto, naquele momento, estavam completamente sozinhos. No entanto, não eram
assim tão fracos para desistir logo ao primeiro obstáculo.
- O que estarão eles a tramar? – sussurrou o jovem moreno.
- Não têm qualquer escapatória possível… - pensou o
gémeo.
- Estão apenas a adiar o inevitável. – afirmou a rapariga
para os amigos.
- Se eles não saem a bem, vamos fazer com que saiam a
mal. Lava Plume!
A lava no interior da carapaça de Torkoal começou a
borbulhar e o Pokémon disparou jatos de fogo e nuvens de fumo contra o grande
rochedo que protegia os dois membros da Team Yell, obrigando-os, finalmente, a
abandonar o seu esconderijo. O homem e a mulher posicionaram alguns metros à
frente de Kabu, que os observava com um olhar sério.
- Team Yell. – murmurou numa voz rouca. – Primeiro,
ameaçam a segurança do meu próprio estádio, colocando em perigo a vida de
milhares de pessoas. E agora, a caverna onde eu treino os meus Pokémon?! –
gritou o homem, visivelmente irritado. – Começo a achar que isto é algo
pessoal.
- Não é assim tão importante. – Gale respondeu de forma
seca. – Pergunte a esses miúdos. Há uns dias executámos uma missão no Pokémon
Nursery. Como vê, o mundo não gira à sua volta.
- Que jovem irritante e mal-educada! – ripostou. – Quem
pensa que é para dizer essas coisas descabidas?
- Nós somos a Team Yell! – Carter gritou no seu megafone.
– E estamos aqui para fazer o bem, custe o que custar!
- Pelo que vejo, vocês só fazem mal. – Kabu cruzou os
braços à frente do seu peito. – Roubam Pokémon de jovens inocentes, ameaçam a
sua segurança e bem-estar e agora querem impedir a livre circulação da
população de Galar? Vivemos num mundo livre! Vocês são loucos! E terão de
pagar, de uma vez por todas, pelos vossos atos.
- E é o senhor avô que nos vai ensinar essa lição, é? –
Gale colocou a língua de fora. – Reforme-se, velho chato!
- Torkoal, prepara-te. Vamos ensinar uma lição a estes
dois patifes.
Do outro lado do local, duas Poké Balls voltaram a ser
lançadas, desta vez revelando as figuras de Purrloin e Sableye, que de imediato
se colocaram em posição de ataque.
-
Fake Out.
- Shadow Sneak.
- Protect!
A
barreira de energia criada por Torkoal protegeu toda a área que envolvia os
corpos dos três treinadores e dos seus Pokémon e o próprio Líder de Ginásio,
anulando por completo as técnicas adversárias.
- Entreguem-se! – Kabu voltou a gritar.
- Nunca! – Carter respondeu, utilizando de novo o seu
megafone. – Sableye, Night Shade.
- Purrloin, combina o teu Sand Attack!
O corpo de Sableye brilhava à medida que o Pokémon reunia
energia ao redor do seu corpo. Depois de agrupar a sua potência máxima, a
técnica explodiu em forma de ondas de escuridão, acompanhadas por grãos de
areia lançados por Purrloin.
Por longos segundos, a visão de todos os presentes ficou
adormecida. Os três amigos aproximaram-se uns dos outros, certificando-se que
estavam todos juntos, enquanto Kabu olhava em volta, em vão. Quando a escuridão
cessou, as figuras de Carter e Gale já não se encontravam presentes no local. O
Líder de Ginásio bateu com os pés no chão, frustrado.
- Como é possível?! – gritou.
- Senhor, a culpa não é sua… - murmurou Gloria, tentando
acalmar o homem desconhecido.
- Eles são profissionais em desaparecer sem deixar rasto.
– apoiou Victor. – O senhor fez tudo o que podia.
- Por favor, não me chamem «senhor», fazem-me sentir
ainda mais velho do que eu realmente me sinto… - bufou, olhando para o chão. –
Eles não deveriam ter fugido! Eu vim até aqui com o objetivo de os apanhar.
Terei de comunicar este incidente ao Presidente Rose. Que lamentável!
- E como é que chegou até aqui? – questionou Hop. – Quer
dizer, como é que descobriu que a Team Yell estava aqui?
- Recebi várias chamadas e denúncias de mineiros que
relatavam movimentos estranhos na Galar Mine Number 2. No início, pensei que
fossem apenas Treinadores Pokémon curiosos, mas afinal eram mesmo estes
patifes. – suspirou. – Talvez se eu tivesse chegado mais cedo a situação fosse
diferente.
- Essas suposições não fazem diferença agora. O que
interessa, é que o senhor Kabu veio até aqui e conseguiu salvar-nos. – a
rapariga sorriu. – E, por isso, devemos agradecer-lhe.
- Eu fiz apenas o meu papel enquanto Líder de Ginásio.
Felizmente, consegui tirar uma tarde de folga entre tantos desafios.
- Na verdade, nós estávamos a regressar a Motostoke para
o desafiar. – disse o moreno.
- E só de observar este Torkoal indestrutível, diria que
a disputa vai ser acesa. – o gémeo soltou um pequeno riso.
- Com certeza! Ficarei feliz em receber-vos no Motostoke
Stadium. Estamos a realizar diferentes Gym Missions do habitual, para tentar
aumentar a velocidade das disputas. O número de Treinadores Pokémon este ano é
ridiculamente grande. – voltou-se para o Fire-Type, que o escutava em
silêncio. – Este amigo já me acompanha há vários anos, sabem? O seu poder é
quase automático. – explicou, numa voz mais doce do que o habitual.
- Torkoal, um Pokémon Fire-Type. – disse o Rotom
Phone de Victor. – Queima carvão para queimar no interior da sua carapaça,
gerando energia no seu corpo.
- Mal posso esperar para combater consigo! – exclamou
Hop, entusiasmado.
- Já agora, quais são os vossos nomes? – o senhor
perguntou.
- Victor.
- Eu sou a Gloria.
- E o meu nome é Hop!
- Ótimo… - murmurou. – Vou tentar não me esquecer para
quando nos voltarmos a encontrar. Agora tenho de ir, Motostoke chama por mim. –
fez uma pequena pausa, olhando em volta. – E, já agora, se querem um conselho,
passem a noite por aqui. À noite, as redondezas da cidade tornam-se perigosas.
E acho que vocês já tiveram incidentes suficientes por agora.
- Obrigado. – afirmou a rapariga.
- Vamos ter cuidado. – disse o gémeo.
- Até breve, senhor Kabu! – acenou Hop.
Enquanto o Líder de Ginásio de Motostoke Stadium se
afastava acompanhado pelo seu Torkoal, Victor, Gloria e Hop procuravam um local
minimamente seguro para pernoitarem no interior da Galar Mine Number 2.
Auxiliados pelos seus Pokémon, os três começaram a montar
tendas de viagem por uma zona plana e limpa, protegida por vários rochedos ao
seu redor. A alguns metros daquela zona, existia um pequeno lago, onde se
poderiam refrescar ou simplesmente adorar o reflexo dos cristais brilhantes
que, naquela noite, iluminariam os sonhos dos viajantes. Apesar de não terem o
conforto habitual, todos se felicitavam por continuarem juntos e em segurança,
por mais que o perigo e o medo insistissem em ameaçá-los.
Sempre gostei muito de capítulos onde um gym leader aparece para salvar o dia. São bem comuns em fanfics desde que eu me lembro (não num sentindo ruim) e é algo que eu aprecio imenso. Obrigado por mais um capitulo incrível!
ReplyDeleteÉ verdade, sim! É uma fórmula que acaba por resultar bem, pois aproxima os protagonistas (e também o leitor) do próprio Líder de Ginásio. Em Aventuras em Galar, Kabu é o estreante deste formato, desta vez para enfrentar a Team Yell. Vamos ver quem se segue.
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